Angola está aberta para cooperar com EUA


Luanda - Angola está aberta para cooperar com os Estados Unidos da América em vários domínios, particularmente no da agricultura, afirmou quinta-feira, em Washington, o Presidente da República, João Lourenço.
O Chefe de Estado angolano falava na abertura das conversações com o homólogo norte-americano, Joe Biden, tendo manifestado abertura para parcerias estratégicas em outras áreas de interesse, como energia, transportes, exploração do espaço e outros de interesse.
João Lourenço felicitou Joe Biden pelo facto de ser o primeiro Chefe de Estado dos EUA a mudar o paradigma da cooperação entre aquele país e África.
Recordou que esteve na Cimeira EUA-ÁFRICA, em 2022, altura em que o Presidente norte-americano prometeu olhar África com outros olhos, investindo nas infra-estruturas necessárias para o desenvolvimento do continente africano.
Para o Presidente angolano, o envolvimento dos EUA no Corredor do Lobito e em outros projectos do ramo das telecomunicações e energia limpa são a provada materialização desse compromisso.
"Essas essas infra-estruturas vão ajudar não só Angola, mas grande parte do continente", frisou, sublinhando que o encontro desta quinta-feira marca o começo de uma nova página nas rações entre os EUA e África.
Indicou que trata-se de uma nova página que se abre nas relações de cooperação entre os EUA e o continente africano.
Em declarações à imprensa, a saída do encontro, manifestou-se satisfeito, afirmando que os níveis das relações entre os dois países estão bastantes altas e Angola e o continente africano saem a ganhar.
A deslocação de João Lourenço a Washington ocorre no quadro da comemoração dos 30 anos de relações diplomáticas entre Angola e os EUA, formizadas em 1993, pelo então Presidente norte-americano Bill Clinton.
Em três décadas, os dois Estados aprofundaram o intercâmbio, com visitas regulares de autoridades, empresários e outros actores, o que tem permitido partilhar experiências em vários domínios.
Neste momento, Angola é o terceiro maior parceiro comercial dos EUA na África Subsaariana devido, tendo o petróleo com um dos principais activos dessa parceria estratégica.
Além do sector petrolífero, a cooperação bilateral aumentou nos últimos anos, especialmente, na área da diplomacia comercial, o que permitiu aprovar vários projectos.
Na área de energia renovável, por exemplo, foi aprovado um financiamento de USD 900 milhões, no quadro dos projectos desenvolvidos pela companhia americana Sun África.
Na área de infra-estruturas, foi aprovado, este ano, USD 363 milhões para a companhia americana Acro Briz, que vai construir pontes metálicas em 18 províncias de Angola.
No Corredor do Lobito (província de Benguela), o Governo dos EUA conta investir USD 250 milhões, havendo ainda vários outros projectos ligados à área da digitalização.
Nesse segmento, existe uma cooperação com a companhia Africell, para a digitalização do dinheiro, no âmbito de um programa denominado ‘Dinheiro digital é melhor’, com um investimento de cinco milhões de dólares.
Outro investimento em curso em Angola está virado para a área do ambiente, sendo que os EUA estão a investir, no Delta de Okavango, cerca de USD 7,5 milhões.
Na área da segurança, foi rubricado, recentemente, um memorando de entendimento sobre como podemos fortalecer essa relação, tanto no sector da segurança marítima, quanto no sector de equipamentos.