Angola anuncia saída da OPEP


Luanda - Angola decidiu esta quinta-feira retirar-se da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), durante a 10ª reunião ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço.
O anunciou foi feito pelo ministro dos recursos minerais, petróleo e gás, Diamantino Azevedo, tendo afirmado que esta foi uma decisão devidamente ponderada tendo em conta os acontecimentos dos últimos seis anos.
O governante, em declarações à imprensa, disse que o país passará a dedicar-se intensamente à procura de mais petróleo e da estabilização da produção petrolífera.
Questionado sobre as razões que levaram o governo a tomar tal decisão, sublinhou que "Angola sempre cumpriu com as suas obrigações e tudo fez para que a organização passasse a ter outra dimensão".
“Nós não queremos estar nas organizações para entrar mudos e sair calados. Nós vamos as organizações para estar activos e dar contribuições (…) e nós sentimos que este era momento ideal para sairmos da organização para que possamos nos dedicar a nossa própria estratégia, nossa política em relação aos hidrocarbonetos”, vincou.
No início no mês de dezembro, recorde-se, Angola rejeitou a quota de produção petrolífera atribuída pela OPEP e protestou oficialmente esta decisão.
Isto após dias de intensas negociações em que os “grandes” da OPEP queriam impor uma redução de quotas de produção a Angola, Nigéria e Congo Brazzaville, argumentando que estes países não tinham capacidade de cumprir quotas que lhe foram anteriormente atribuídas e que eles não cumpriram por falta de capacidade.
Esta situação levou a que o ministro Diamantino Azevedo não participasse na reunião da OPEP realizada em Viena (Áustria).
Na carta enviada a OPEP, Angola expressou que continuaria a produzir 1,18 milhões de barris por dia ao contrário da quota de 1,11 que lhe foi atribuída.
“Devido ao facto da decisão não ter sido tomada por unanimidade e é contra a posição de Angola, reiteramos a nossa proposta para uma quota de 1,118 milhões de barris por dia para 2024”, escreveu o ministro angolano, recordando que desde que o país é membro da organização respeitou sempre todas as obrigações.
Entretanto, até ao momento não houve uma resposta da OPEP ao protesto de Angola e à sua decisão de não respeitar a quota.