Sam Nujoma filho genuíno de África - Presidente João Lourenço


Windhoek – O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, considerou o primeiro Presidente da Namíbia, Sam Nujoma, “um homem corajoso, um patriota namibiano convicto e um filho genuíno de África, que se tornou um ícone da luta pelo resgate da dignidade e da soberania do seu povo”.
Ao discursar na cerimónia de homenagem a Sam Nujoma, no Estádio da Independência, em Windhoek, João Lourenço recordou que o falecido Presidente namibiano desafiou “com valentia e de forma exemplar o hediondo sistema do Apartheid, que dominou, durante várias décadas, com indescritível crueldade, a cena política do Sudoeste de África”.
Falando igualmente em nome de toda a África, na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, o estadista angolano sublinhou que o Presidente Sam Nujoma foi uma “figura destacável da história contemporânea africana, herói do povo namibiano e um símbolo inquebrantável da luta de libertação da África Austral contra a dominação colonial e contra o regime do Apartheid”.
Enfatizou que a liderança africana de hoje tem a responsabilidade de seguir “homens com a têmpera de Sam Nujoma e de outros grandes líderes da história da libertação de África”, interiorizando o seu espírito de abnegação e entrega para construir uma África livre, desenvolvida e ciosa dos seus valores mais profundos.
João Lourenço enfatizou “perante o féretro de Sam Nujoma” a necessidade de se levar por diante todos os esforços para que os africanos, no seu conjunto, dignifiquem e honrem a memória de todos os seus pais fundadores, construindo, num ambiente de solidariedade activa entre todos “a África que Queremos”.
Recordou que angolanos e namibianos de várias gerações uniram-se e verteram o seu sangue em duras batalhas travadas em Calueque, Xangongo, Kahama, Cuito Cuanavale e outras localidades do território da República de Angola, “para escrever páginas gloriosas da história da libertação da região”.
Lembrou igualmente o pensamento do Presidente Agostinho Neto “na Namíbia e na África do Sul está a continuação da nossa luta”, para sublinhar que o povo angolano, dirigido pelo Presidente José Eduardo dos Santos, contribuiu para o processo de auto-determinação da Namíbia e o fim do Apartheid na África do Sul.
O estadista angolano destacou que “a paz definitiva em Angola não teria sido possível, se não se tivesse conseguido derrotar o regime do Apartheid”, que proporcionou a descolonização e Independência da Namíbia.
João Lourenço expressou ao povo da Namíbia, às suas autoridades e à família enlutada, o tributo de Angola e profundos sentimentos de pesar, em nome dos angolanos e dos africanos, sublinhando que a obra de Sam Nujoma “ficará indelevelmente registada nos anais da história”.
Para o Presidente angolano “os grandes homens não morrem, descansam”, disse a concluir a sua intervenção, perante o, Presidente da Namíbia, Nangolo Mbumba, a Vice-Presidente e Presidente Eleita namibiana, Netumbo Nandi-Ndaitwah, a viúva, filhos e outros familiares de Sam Nujoma e Chefes de Estado e de Governo e outras altas individualidades.
O funeral de Estado de Sam Nujoma tem lugar, sábado, no Memorial dos Herois Nacionais, nos arredores da capital namibiana.