Angola e Rússia abordam cooperação bilateral


Luanda - Angola e Rússia analisaram a possibilidade da realização de uma reunião da Comissão Conjunta Intergovernamental, com vista a afinar os principais eixos da cooperação estratégica entre os dois Estados, que abrange domínios como energia, defesa, comércio, ensino superior e inovação tecnológica.
Segundo uma nota do MIREX, a intenção foi manifestada quinta-feira, em Luanda, durante um encontro, entre o ministro das Relações Exteriores, Téte António, e o embaixador da Federação Russa em Angola, Vladimir Tararov.
No encontro foi abordada a troca de visitas de alto nível, num contexto em que Angola e a Rússia procuram dinamizar os contactos político-diplomáticos e promover iniciativas ligadas ao aprofundamento da relação bilateral.
O documento indica que este foi o segundo encontro entre as duas entidades em menos de duas semanas, o que traduz o firme compromisso das duas nações de reforçar as relações bilaterais.
Os dois diplomatas debruçaram-se, também, sobre a intenção da realização de uma nova edição da Conferência de Ministros dos Negócios Estrangeiros África-Rússia, numa capital africana a designar.
As relações político-diplomáticas entre Angola e a Federação Russa remontam desde 8 de Outubro de 1976, quando foi assinado, em Moscovo, o Tratado de Amizade e Cooperação entre os dois países.
Este tratado estabeleceu as bases para uma cooperação multifacetada, que se mantém até aos dias de hoje. Desde então, os laços entre os dois países evoluíram, mantendo-se historicamente fortes, com base numa parceria nos mais variados domínios.
Após a dissolução da União Soviética, em 1991, a Federação Russa herdou os compromissos e as relações com Angola, consolidando os laços através de visitas oficiais de alto nível e acordos de cooperação em diferentes sectores.
Reforço da cooperação entre Angola e Reino Unido
O reforço das relações bilaterais entre Angola e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte esteve em análise, durante uma conversa telefónica entre Téte António e o Ministro britânico para os Assuntos Africanos.
As duas entidades abordaram questões fundamentais da agenda bilateral, regional e multilateral entre os dois países, que visam o aprofundamento da cooperação e o alinhamento estratégico em matérias de interesse comum.
Os diplomatas avaliaram o estado actual da cooperação existente e identificaram áreas estratégicas para o seu incremento, com foco nos domínios político-diplomático, económico e comercial.
No plano regional, analisaram os desafios emergentes em matéria de paz e segurança no continente africano, tendo reconhecido a necessidade de soluções coordenadas e sustentáveis para a estabilidade regional.
No que concerne ao multilateralismo, a necessidade de uma maior concertação em fóruns internacionais também foi objecto de reflexão durante o diálogo, com vista a defesa dos interesses comuns e ao reforço do papel de Angola e do Reino Unido em organizações globais.
As relações diplomáticas entre Angola e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte foram estabelecidas em 1975, após a independência de Angola a 11 de novembro desse ano.
Angola e Venezuela avaliam estado da cooperação bilateral
Angola e a República Bolivariana da Venezuela analisaram o estado da cooperação, quinta-feira, durante um diálogo, ao telefone, entre o ministro das Relações Exteriores, Téte António, o seu homólogo venezuelano, Ivan Gil Pinto.
Na conversa foi passada em revista o actual estágio das relações entre os dois países, sendo que a ocasião serviu para perspectivaram novas acções para o seu fortalecimento.
A dinamização da cooperação nos mais variados domínios esteve entre os temas abordados, onde os diplomatas focaram no reforço das relações político-diplomáticas, económicas e comerciais, com particular destaque para o sector energético.
Sendo Angola e a Venezuela nações com potencial no domínio dos recursos naturais, os dois interlocutores procuraram identificar mecanismos para estreitar a colaboração neste sector, com vista a diversificação económica dos dois países.
O momento serviu igualmente para o ministro Yvan Gil Pinto saudar a República de Angola pela presidência da União Africana, tendo enaltecido o papel deste país africano no fortalecimento da concertação política e da cooperação no continente.
O chefe da diplomacia venezuelana referiu que tem acompanhado com atenção os mais recentes desenvolvimentos em Angola, tendo dentre eles mencionado as celebrações do 50º aniversário da Independência Nacional, efeméride de elevado simbolismo histórico para o país e para o continente africano.
Os diplomatas trocaram ainda impressões sobre o estreitamento das relações entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Africana, no quadro do fortalecimento da cooperação inter-regional e da promoção de interesses comuns nos fóruns internacionais.
Ministro Téte António recebeu delegação da The Halo Trust
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, recebeu uma delegação da The Halo Trust, chefiada pelo Major-General na reforma, James M. Cowan, Director Executivo desta Organização Não-Governamental (ONG).
O encontro serviu para as duas entidades debruçarem-se sobre o estado da cooperação entre Angola e a The Halo Trust, que opera no país desde 1994, e vem desempenhando um papel preponderante na desminagem, bem como na reabilitação de áreas afectadas pelo conflito armado.
O encontro permitiu avaliar os avanços alcançados e abordar estratégias para o reforço das operações da ONG no território nacional, tendo em vista os compromissos do Governo angolano com a erradicação de minas e o desenvolvimento sustentável das comunidades afectadas.
O Major-General James M. Cowan expressou o reconhecimento da The Halo Trust pelo apoio contínuo das autoridades angolana* e reiterou o compromisso da organização em continuar a colaborar estreitamente com as instituições nacionais, contribuindo assim para a segurança e o bem-estar da população.
Mencionou ainda a importância da assistência financeira internacional para acelerar o processo de desminagem em Angola, país que, apesar dos progressos significativos, ainda enfrenta desafios nesta matéria.
Nesta conformidade, o titular da pasta da diplomacia angolana destacou a relevância do trabalho desenvolvido pela The Halo Trust em Angola e reforçou a disponibilidade do Governo para manter a parceria com a organização, alinhando as suas acções com as prioridades nacionais e os objectivos da União Africana no domínio da paz e segurança.
O apoio sem precedentes do Governo de Angola à desminagem foi reconhecido internacionalmente como o maior investimento que qualquer governo fez para desminar minas terrestres no seu próprio território.
Ao fazê-lo, foram salvas inúmeras vidas e melhorados milhares de meios de subsistência.
Embora tenham sido feitos enormes progressos, mais de 1.000 campos de minas ainda hoje assolam Angola, ameaçando vidas e dificultando o desenvolvimento.
A HALO Trust (HALO) trabalha em Angola há 30 anos e é generosamente apoiada pelo Governo angolano como o maior doador da HALO.