Angola defende economia criativa para o desenvolvimento sustentável


Luanda - A Missão Permanente de Angola junto das Nações Unidas, em Genebra (suíça), defendeu, segunda-feira, a importância da economia criativa para o desenvolvimento sustentável e a capacidade de gerar rendimentos, fomentar a inovação e promover o intercâmbio cultural.
A Missão Permanente participa na 15ª Sessão da Comissão sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), que decorre até QUARTA-FEIRA, no Palácio das Nações Unidas.
Na reunião, Angola apresentou, na segunda-feira, o relatório da 11ª reunião multianual de peritos em comércio, serviços e desenvolvimento.
Uma nota de imprensa, sublinha que a delegação angolana realçou o contributo das indústrias criativas, responsáveis por cerca de 3,1% do PIB mundial e 6,2% do emprego global.
Relativamente aos países em desenvolvimento, salientou que o crescimento dos serviços criativos passou de 10% para 20% entre 2010 e 2022, reconhecendo um avanço relevante.
O relatório apontou os principais desafios enfrentados pelas Nações Unidas, como a falta de infra-estruturas adequadas, o acesso limitado a dados de qualidade, fossos digitais, barreiras regulamentares elevadas, concentração de mercado por grandes empresas de países desenvolvidos e questões relacionadas com a propriedade intelectual e a diversidade cultural.
No relatório, como medidas de superação, Angola propôs o reforço da legislação em matéria de direitos de propriedade intelectual, a melhoria das competências dos profissionais do sector criativo, o investimento em infra-estruturas digitais e o fomento de políticas públicas que incentivem a diversidade cultural e protejam patrimónios de grupos marginalizados.
No mesmo documento, sustentou, igualmente, a promoção de parcerias internacionais como instrumento estratégico para a transferência de conhecimentos e tecnologias, além da necessidade de criação de quadros regulamentares que possam acompanhar os avanços da Inteligência Artificial e da digitalização.
O secretariado da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) apresentou os resultados do grupo de trabalho criado e sugeriu colocar, permanentemente, este tema na agenda das futuras reuniões e propôs a criação de um centro de partilha de conhecimentos, com uma cartilha para decisores políticos e um repositório online de boas práticas.
O relatório apresentado conta, ainda, que o Secretariado da Comissão está a trabalhar na finalização da cartilha sobre dados para comércio de serviços e políticas de desenvolvimento, documento que deverá ser concluído antes da 16ª Sessão da CNUCED.