Angola defende soluções justas e sustentáveis na ONU


Luanda - Angola apelou, segunda-feira, em Nova Iorque, à necessidade de soluções justas, céleres e orientadas para o desenvolvimento no tratamento da dívida soberana, sublinhando os elevados encargos que ainda limitam o espaço fiscal necessário ao progresso económico e social do país.
A posição, segundo uma nota de imprensa, foi defendida pelo representante permanente de Angola junto da ONU, embaixador Francisco José da Cruz, durante o painel de alto nível sobre “Reduzir os Custos dos Empréstimos e Promover Soluções de Dívida Orientadas para o Desenvolvimento”, no âmbito do Fórum 2025 do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), que decorre de 28 a 30 de Abril.
O diplomata disse que, apesar das reformas fiscais e estruturais em curso, a actual arquitectura global da dívida soberana permanece desajustada às necessidades de países em desenvolvimento, como Angola. Defendeu, por isso, um sistema mais equitativo, transparente e centrado nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Apontou o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 como exemplo do esforço nacional para diversificar fontes de financiamento e adoptar cláusulas inovadoras e resilientes ao clima.
O embaixador reiterou também o compromisso de Angola em participar activamente na construção de um novo consenso internacional sobre a dívida, no quadro da Quarta Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4).
Noutro painel, subordinado ao tema “Mobilizar o Investimento Privado para Alcançar Resultados”, destacou o papel do sector privado na criação de emprego e inovação, bem como as reformas adoptadas para melhorar o ambiente de negócios.
Francisco da Cruz alertou, no entanto, para as barreiras estruturais que ainda dificultam o investimento, especialmente em sectores com elevado impacto social e ambiental.