Téte António aborda cooperação com homólogos da Ucrânia e da Arménia

Luanda - O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, reuniu-se, esta sexta-feira, em Antalya (Turquia) com os seus homólogos da Ucrânia e da Arménia, com quem abordou questões da cooperação bilateral e multilateral.

À margem da quarta edição do Fórum de Diplomacia, Téte António reuniu-se primeiro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, com quem deu continuidade ao diálogo político iniciado em Luanda, aquando da deslocação a Angola do governante ucraniano, em Outubro do ano passado.

Durante o encontro, os dois interlocutores passaram em revista o estado actual das relações bilaterais entre Angola e a Ucrânia, tendo manifestado convergência de interesses no sentido do seu aprofundamento nos mais variados domínios.

Andrii Sybih reiterou o empenho do seu Governo na dinamização de uma parceria sólida com Angola, tendo sublinhado a importância de manter um canal de diálogo político permanente ao mais alto nível.

Por sua vez, Téte António reconheceu a vontade demonstrada pela Ucrânia em aprofundar os laços com África, e a disposição de Angola em continuar a privilegiar a diplomacia do entendimento, assente no respeito pelos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e no Direito Internacional.

Os dois Chefes da diplomacia congratularam-se com os avanços registados no relacionamento bilateral e manifestaram interesse na promoção de visitas técnicas e políticas, com o intuito de identificar projectos de interesse comum.

Um comunicado do Ministério angolano das Relações Exteriores esclarece que os ministros se debruçaram também sobre as repercussões geo-políticas do conflito em curso no território ucraniano, com incidência particular sobre a segurança alimentar global, a estabilidade energética e o regular funcionamento das cadeias de abastecimento.

As relações entre Angola e a Ucrânia foram estabelecidas em 1993, após a independência da Ucrânia da antiga União Soviética.

Reunião com homólogo da Arménia

Ainda esta sexta-feira, Téte António manteve um encontro de trabalho com o seu homólogo da Arménia, Ararat Mirzoyan, que serviu para abordar aspectos da vida político-diplomática e económica e temas da agenda internacional, com foco no aprofundamento das relações bilaterais entre os dois países.

Durante a conversa foi abordada a necessidade de promoção de visitas recíprocas ao mais alto nível, o fortalecimento do diálogo político-diplomático e a identificação de sectores prioritários para uma futura cooperação.

Os dois diplomatas manifestaram ainda o desejo de estabelecer mecanismos jurídicos que facilitem o intercâmbio bilateral, incluindo a assinatura de memorandos de entendimento e acordos de cooperação.

O ministro angolano partilhou o compromisso de Angola, enquanto Presidente em exercício da União Africana, com a promoção da paz, segurança, integração regional e desenvolvimento sustentável no continente africano.

Angola e Arménia estabeleceram oficialmente relações diplomáticas em Outubro de 1994.

Téte António analisou com o PAM questões sobre segurança alimentar

O Programa Alimentar Mundial (PAM) manifestou, esta sexta-feira, em Antalya, o desejo de cooperar com Angola, na sua qualidade de Presidente em exercício da União Africana, sobre questões de segurança alimentar e nutricional e de mobilização de recursos destinados ao apoio dos Estados africanos afectados por conflitos.

O director executivo adjunto e chefe das operações do PAM, Carl Skau, foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, tendo reiterado o compromisso da organização em reforçar a sua colaboração com o Governo angolano, no quadro bilateral e no contexto da presidência angolana na União Africana, a fim de desenvolver respostas estruturadas para os problemas de insegurança alimentar, estabilização e desenvolvimento do continente.

Téte António acolheu com apreço a intenção do Programa Alimentar Mundial (PAM) e destacou a importância de se adoptar uma abordagem continental e coordenada, orientada para o fortalecimento dos sistemas alimentares, a resiliência das comunidades e a mitigação dos impactos das crises humanitárias.

Referiu o papel estratégico do PAM na execução de programas em Angola, particularmente nas províncias com maiores índices de vulnerabilidade alimentar, onde se verificam ganhos significativos graças à acção da agência das Nações Unidas.

Os dois interlocutores abordaram ainda a necessidade de se estabelecer mecanismos de mobilização de recursos mais eficazes, assentes numa parceria transparente e sustentável, com base nas prioridades definidas pelos Estados membros da União Africana, com vista a promover uma resposta africana unificada às emergências alimentares.

O Programa Alimentar Mundial (PAM), criada em 1961, é a agência das Nações Unidas responsável pelo combate a fome e pela promoção da segurança alimentar no mundo, assim como presta assistência alimentar em situações de emergência e trabalha no desenvolvimento de soluções sustentáveis para erradicar a fome.

Em 2020, o Programa foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz, em reconhecimento pelo seu esforço contínuo na luta contra a fome, pelo seu contributo para melhorar as condições de paz em zonas de conflito e por desempenhar um papel fundamental na prevenção do uso da fome como arma de guerra.