Defendido papel da diplomacia parlamentar no diálogo no Leste da RDC

Luanda - A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, afirmou, esta quarta-feira, em Brazzaville (Congo), que a diplomacia parlamentar deve desempenhar um papel fundamental para favorecer um diálogo político e institucional construtivo para garantir a paz e a protecção das populações afectadas pelo conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC).

Ao discursar no debate sobre a situação no Leste da RDC, na décima sexta Conferência dos Presidentes da Assembleia e da Secção da região África da Associação dos Parlamentos da Francofonia, Carolina Cerqueira defendeu que a contribuição dos valores da diplomacia parlamentar para ajudar na promoção de uma solução negociada, que favoreça o clima de paz e de entendimento entre as partes implicadas no conflito.

Reconheceu ser preocupante a crise que se vive no Leste da RDC, do ponto de vista humanitário, alimentar, social, ambiental e de segurança das populações, adiantando que o número de vítimas e da população deslocada já atingiu mais de 10 milhões, que estão sujeitos a permanente violação e abusos contra os seus direitos fundamentais, através de crimes hediondos, particularmente os sexuais contra crianças e mulheres indefesas.

Carolina Cerqueira referiu que Angola continua a desenvolver esforços para a paz na região, recordando que o Presidente da República, João Lourenço, tem jogado um papel importante no processo de paz na região dos Grandes Lagos e no apoio às iniciativas da União Africana e das Nações Unidas para o restabelecimento da estabilidade, da segurança e da paz efectiva.

Informou aos participantes que o Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, é o mediador designado pela União Africana para mediar o processo em curso em busca da paz no Leste da RDC, adiantando que a visita do mesmo a Angola, quarta-feira última, para se encontrar com o estadista Angolano, João Lourenço, reforça o compromisso de Angola em continuar a contribuir para a resolução do conflito no Leste da RDC. 

Enfatizou a necessidade da criação de condições para a paz efectiva e definitiva baseada na confiança e na reparação dos traumas causados pelo conflito armado, deixando as diferenças no passado, sublinhando que os esforços a serem desenvolvidos para a paz devem respeitar as normas do direito humanitário internacional e a coexistência pacifica entre as nações.

A presidente da Assembleia Nacional agradeceu o apoio e solidariedade dos países membros da Associação dos Parlamentos da Francofonia para a admissão de Angola como membro de pleno direito, e considerou que a adesão do parlamento angolano vai permitir uma cooperação mais estreita com os parlamentares das nações francófonas, na promoção dos valores da paz, democracia e desenvolvimento sustentável, multilateralismo e solidariedade entre os povos.

A delegação parlamentar angolana integrou os deputados Alcides Sakala, Elizandra Wassuca e Bernardo Milonga, assim como o secretário-geral da Assembleia Nacional, Pedro Agostinho de Neri.