Política

Política


PUBLICIDADE

Ministro considera que política externa activa coloca Angola no centro da diplomacia em África

Participantes no debate do "Café CIPRA"
Participantes no debate do "Café CIPRA" Imagens: DR

Redacção

Publicado às 11h12 28/05/2025 - Actualizado às 11h12 28/05/2025

Luanda - A política externa activa de Angola é um dos factores que coloca o país no centro da diplomacia africana, considerou, terça-feira, em Luanda, o ministro das Relações Exteriores, Téte António.

 O governante intervinha no debate sob o tema “Angola no centro da diplomacia africana”, promovido pelo “Café CIPRA”, sublinhando que a partir do momento em que o Chefe de Estado angolano declarou o continente como o nosso “habitat”, o país sentiu a necessidade de tomar algumas acções.

“Estamos todos lembrados que, quando Sua Excelência o Senhor Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço assumiu o primeiro mandato, em 2017, dizia que devemos olhar para o continente africano como o nosso habitat, que não podemos desenvolver Angola, sem olhar para o nosso meio, que é o continente africano”, disse, durante o evento, que contou, também, com a presença do ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, e a administradora da AIPEX, Cláudia Gonçalves.

Téte António frisou que ao declarar o continente como o “nosso habitat”, o país tinha de tomar algumas acções para exprimir a sua pretensão nos actos a realizar, facto que levou à adopção de uma política externa que realmente colocasse Angola no centro da diplomacia africana.

A concretização dos objectivos, afirmou, manifestou-se através dos “nossos actos e o grande veículo, enquanto política externa, por intermédio dos mecanismos criados para o efeito nas comunidades económicas regionais, na União Africana e a participação na arena internacional em defesa dos interesses de Angola e do continente”.

“Olhando para o nosso quadro na região, somos o país fundador da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)”, acrescentou, indicando que Angola se tem empenhado para continuar a reafirmar os valores fundidos pelo continente e os fundadores da União Africana.

Angola, segundo o ministro, conhece o valor da solidariedade, porque também beneficiou desta mesma solidariedade, abraçando os princípios desenvolvidos pela União Africana, incluindo o princípio da não indiferença, que significa que os países não devem ficar indiferentes ao que acontece no continente, seja um conflito ou uma outra situação difícil.

Falando sobre as razões que levaram Angola a eleger a paz e segurança como as principais bandeiras do mandato do Presidente João Lourenço na UA, o ministro das Relações Exteriores disse, que não se pode falar de integração económica no continente se não houver paz.

Afirmou que “na linha estratégica, a paz e segurança são apenas uns dos eixos da presidência angolana, porque temos outras questões de desenvolvimento, incluindo as infra-estruturas.

"Não podemos falar da integração económica, nem de desenvolvimento e infra-estruturas, se não estivermos em paz”, reafirmou Téte António, realçando ser, essa, a condição sem a qual não há desenvolvimento.

“É só olharmos para o nosso próprio meio ambiente e ao que conseguimos após pacificarmos o nosso país. É um cenário que podemos repetir a nível do nosso continente, para vermos as mudanças que constam na Agenda 2063, as aspirações de uma África em paz”, ressaltou.

Angola ratifica adesão à Zona de Comércio Livre da SADC

A ratificação da integração de Angola na Zona de Comércio Livre da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) será o momento mais alto da Conferência de Ministros do Comércio dos Estados-membros, agendada para Junho deste ano.

A informação foi prestada pelo ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, durante 19ª edição do “Café CIPRA”, indicando que o acto representa “o primeiro passo” de amplo significado em prol da consolidação das sub-regiões africanas.

Avançou que “no próximo mês de Junho iremos participar na Conferência da SADC para que, finalmente, a integração de Angola na Zona de Comércio Livre seja aprovada o nível do Conselho de Ministros, acto que dará lugar à cerimónia de ratificação na Cimeira de Chefes de Estado da organização”.

O ministro lembrou que o continente é constituído por várias Comunidades Económicas Regionais, tais como as da África Oriental, Ocidental e Central, cujas agendas convergem na busca de mecanismos para o alcance da independência económica, uma meta que só pode ser alcançada com a união de todos.

“Só conseguiremos, se fizermos negócio entre nós próprios africanos, se formos capazes de desenvolver as nossas relações económicas, utilizar os nossos melhores recursos do ponto de vista de competitividade em cada uma das nossas nações e, com isso, criarmos a força para que o continente, unido, se desenvolva e alcance a almejada independência económica”, ressaltou.

Rui Miguêns reconhece que a concretização da Zona Económica Continental de África constitui “um desafio hercúleo”, em função das dificuldades que cada Estado-membro enfrenta, mas apela à necessidade de “uma visão comum que sirva de farol para os africanos”.

AIPEX tem 877 intenções de investimento

A Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) registou, de 2018 até agora, 877 intenções de investimentos, que resultaram na criação de 32 mil dos 92 mil postos de trabalho previstos, deu a conhecer a administradora da AIPEX, Cláudia Gonçalves, apontando a geração de emprego como a principal finalidade da agência responsável pelo registo e advocacia dos investidores no mercado nacional.

Indicou que a actuação da AIPEX assenta no acompanhamento e registo das intenções, captação e promoção do investimento, das exportações e internacionalização das empresas angolanas, bem como no apoio e articulação institucional.

“Neste nosso propósito de diplomacia económica, a Agência está muito focada na atracção de investimentos para Angola, na promoção do país como principal destino do investimento em África, ou seja, investimento produtivo capaz de impactar internamente e a nível do continente”, sublinhou.

A actuação da AIPEX, disse, tem como foco a captação de investimento em sectores estruturantes, como, por exemplo, os sectores da Agricultura, da Indústria, Logística, Transportes e Energia, que têm um forte potencial de encerrar em si propostas de investimento com forte capacidade de absorção da força de trabalho.

Entre os projectos com forte potencial de absorção de um volume elevado de força de trabalho, Cláudia Gonçalves destacou o Amufert (fertilizantes), que tem potencial para gerar 4.400 postos de trabalho directos para nacionais, e o Projecto Huatong (alumínio), localizado na Barra do Dande, que em cinco fases de implementação vai criar 12 mil empregos.



PUBLICIDADE