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Políticos defendem unidade para cumprimento da Paz e reconciliação nacional

Participantes no colóquio sobre os Acordos de Bicesse
Participantes no colóquio sobre os Acordos de Bicesse Imagens: Edições Novembro

Redacção

Publicado às 11h43 28/05/2025 - Actualizado às 11h43 28/05/2025

Luanda - A unidade entre os partidos, para cumprimento dos vários acordos de paz e reconciliação nacional assinados no país, foi defendida, terça-feira, em Luanda, por personalidades de diferentes formações políticas, noticiou o Jornal de Angola. 

 Segundo a fonte, os representantes partidários falavam durante o colóquio sobre os Acordos de Bicesse como o início de uma nova era em tempo de mudanças geopolíticas globais.

O evento, organizado pela associação “Oficina do Conhecimento”, contou com a participação dos deputados Eugénio Manuvakola, Mário Pinto de Andrade, reverendo Tony-a-Nzinga, o general reformado Peregrino Wambu e o professor Daniel Mingas como oradores.

Na ocasião, sublinharam que os Acordos de Bicesse, assinados a 31 de Maio de 1991, em Portugal, trouxeram esperança para os angolanos, porém, a falta de unidade e desconfiança entre os membros dos partidos políticos envolvidos impediu o cumprimento dos mesmos.

O deputado do Grupo Parlamentar do MPLA, Mário Pinto de Andrade, apontou a distinção étnica dos três líderes dos maiores movimentos independentistas como, talvez, o primeiro motivo da falta de unidade e entendimento entre eles.

“Grande parte das lideranças, MPLA, FNLA e a UNITA, não se confiava. Sempre houve desconfiança, nunca houve unidade. Por isso é que todos combateram uns contra os outros”, disse.

Por este motivo, prosseguiu, nunca houve um projecto de Independência de Angola ou de governação após a saída dos portugueses. “Eles foram obrigados a ir negociar um projecto de independência no Quénia, (Acordos de Alvor) quando todos desconfiavam uns dos outros”, sublinhou.

Acrescentou que “o Acordo de Alvor dizia que era preciso criar um exército unificado, com as tropas dos movimentos de libertação, e, naquela época, eles não tinham tropas, foram buscar no exército de união e formar os seus próprios exércitos de guerra para se combaterem uns aos outros, ao invés de criarem um exército nacional”.

Por outro lado, o Acordo de Bicesse definiu uma governação de transição de três anos ao MPLA e 18 meses antes das eleições, e quem vencesse maioritariamente, governaria o país.

No entanto, o cumprimento do Acordo falhou. O reinício da guerra após as eleições de 29 e 30 de Setembro de 1992 foi justificado pelos políticos pela falta de unidade entre os líderes.

“Bicesse era a esperança para termos paz e para nos desenvolvermos, mas falhou e só conseguimos a paz de todos os militares”, afirmou Mário Pinto de Andrade.

Bicesse trouxe esperança aos angolanos

“Quando se iniciou a negociação de Bicesse, surgiu uma perspectiva de paz, sabíamos que a felicidade também tinha chegado. Bicesse foi, talvez, dos acordos que mais trouxe esperança para os angolanos”, disse Eugénio Manuvakola.

Para o deputado do Grupo Parlamentar da UNITA, os Acordos de Bicesse centraram-se, maioritariamente, em soluções militarizadas e pouco políticas.

“O conflito angolano foi político, e não nos entendemos politicamente. Os Acordos de Bicesse encontraram uma solução muito militarizada e pouco política”, frisou.

Por seu lado, o general Wambu reiterou que os paradigmas das FAA só existem hoje como um todo sem distinção de partidos políticos por causa dos Acordos de Bicesse.

Mudança do sistema de governação

O reverendo Tony-a-Nzinga que, também, apontou a falta de harmonia entre os líderes, sublinhou que a Pátria defendida por muitos é de cada um dos cidadãos natos e não apenas o espaço em que eles habitam.

Neste sentido, apelou à mudança do sistema de governação para que o povo possa ter maior participação nas próximas eleições.

Para o professor Daniel Mingas, as alianças também devem ser voltadas ao desenvolvimento económico do país.

O encontrou teve a presença de membros do Governo, deputados, académicos e culminou com a entrega de certificados de participação.

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