Angola candidata-se a membro observador da CEDEAO


Luanda - A República de Angola é candidata a membro observador da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e a admissão poderá ocorrer na próxima cimeira ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da organização, a realizar-se em Julho próximo, em Lomé (Togo).
A candidatura de Angola, segundo uma nota de imprensa da Embaixada de Angola na Nigéria, visa assegurar um maior alinhamento político-diplomático entre o país e as organizações regionais SADC e CEDEAO nos desafios de segurança, integração regional e livre comércio.
O embaixador de Angola na Nigéria, José Bamóquina Zau, representou, esta quarta-feira, em Lagos, Angola no jubileu das celebrações dos 50 anos de fundação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
As comemorações ocorreram num momento crucial para a região, afectada pelos desafios da refundação da organização regional, depois da saída de três membros da Comunidade, designadamente Mali, Burkina Faso e Níger, que decidiram criar a Confederação dos Estados do Sahel.
Outro desafio em abordagem prende-se com a revisão dos ideais dos pais fundadores da organização, com a renovação do mandato previsto para Julho próximo, em Lomé (Togo), durante a sexagésima sétima sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO.
O Presidente da Nigéria e exercício da CEDEAO, Bola Ahmed Tinubu, presidiu as celebrações do jubileu, sob o lema “50 Anos de força, resiliência e poder, tendo lançado as estratégias de escala regional que visam combater as mudanças inconstitucionais, terrorismo e insurgência, assim como promover a integração regional e a constituição de um comando de forças armadas de resposta rápida.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental nasceu do Tratado de Lagos, de 28 de Maio de 1975, para promover o comércio, cooperação política, desenvolvimento e integração regional, integrando actualmente o Benin, Cabo Verde, Cote D'Ivoire, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
Burkina Faso, Mali e Níger abandonaram a organização e fundaram a Confederação dos Estados do Sahel, na sequência das mudanças militares inconstitucionais, situação que fragilizou a CEDEAO.
Nas celebrações desta quarta-feira, para além dos discursos do Presidente em exercício, Bola Ahmed Tinubu, e do Presidente da Comissão, Omar Allieu Touray, também falou o Pai Fundador sobrevivo da CEDEAO, General Yakubu Gowon, que foi o terceiro Chefe de Estado da Nigéria (1966-1975), com 91 anos de idade, e que apontou a paz, segurança e consolidação democrática como principais pilares da construção da CEDEAO.