DIPLOMACIA
Presidente da República encontrou-se com líderes empresariais egípcios

01/05/2025 09h34
Luanda - O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, afirmou na cidade do Cairo, que a visita ao Egipto serve para fazer uma mudança de página no relacionamento entre ambos os Estados, para que o país alcance o nível de desenvolvimento egípcio.
O Presidente da República disse que este novo momento tem como característica uma parceria renovada entre os dois países, na qual "quem tem mais a ganhar é, sem sombra de dúvidas, Angola, que pretende chegar aos níveis de desenvolvimento do Egipto, praticamente em todos os domínios".
João Lourenço falava nua Mesa Redonda de Negócios Egipto-Angola com líderes empresariais egípcios, que teve início terça-feira e com término previsto para esta quinta-feira.
Após a exibição de um vídeo sobre os níveis de crescimento do país, em termos de urbanismo e obras públicas, disse serem poucos os países do mundo que conseguem, num período de tempo tão curto, construir 24 cidades e com a qualidade apresentada.
Recordou que Angola e o Egipto têm relações que remontam há 49 anos, mas que não se tem sabido tirar o devido proveito das potencialidades de um e de outro país em termos de recursos humanos, em primeiro lugar, mas também de recursos naturais.
Disse que o encontro com os homens de negócios egípcios foi "uma oportunidade para conhecerem Angola de hoje e a que pretendemos ver num futuro breve", desenvolvida com o desempenho dom sector privado.
"Os investidores egípcios estão convidados a ser parte deste grande desafio de transformação d Angola", frisou.
João Lourenço recordou que Angola enfrentou um pongo período de conflito armado que dificultou o desenvolvimento, sublinhando que o sistema político era de partido único em que praticamente o único investidor era o Estado e o sector privado "estava amordaçado".
"Nenhum país se desenvolve sem o sector privado da economia. Nós sabíamos disto mas tardou termos a coragem de dar o passo necessário para o sector público (o Estado) se retirar da economia e deixar este mesmo lugar a quem de direito, o sector privado", afirmou.
Disse que Angola é produtor de petróleo e ao longo de décadas o país viveu, quase exclusivamente, das receitas deste produto, e vivia importando praticamente tudo.
A produção restringia-se quase exclusivamente ao petróleo, informou, dando a conhecer que hoje se está a criar, e numa fase já bastante adiantada, um novo ambiente de negócios com regras muito claras, com a o apelo para o sector privado se desenvolva e gradualmente substitua o papel desempenhado pelo sector público ao longo das última décadas.
"Queremos diversificar a nossa economia. Queremos, podemos e devemos fazê-lo, sob pena de sucumbir", assinalou, salientando que o sector privado da economia tem que ser motor da economia de Angola e representar uma fatia bastante grande do Produto Interno Bruto (PIB) que ainda é constituído e alimentado sobretudo pelas receitas do petróleo.
O Chefe de Estado disse que o Executivo está apostado em inverter a situação com a criação de incentivos e políticas para que o sector privado ocupe o seu espaço e consiga representar uma percentagem muito maior do que o sector petrolífero na economia do país, no geral, e, particularmente, na composição do PIB.
Ressaltou que as economias africanas são, regra geral, voltadas para o campo ou a agricultura, lembrando que Angola já foi exportadora de produtos cultivados internamente, como café, algodão e sisal.
O Presidente da República indicou que há a pretensão de se voltar a esse tempo, fazer de Angola um país que produz para o seu autoconsumo, evitando importar os produtos da cesta básica e, deste modo, criando excedentes para a exportação.
"O que pretendemos dos investidores egípcios é que olhem para Angola como uma grande oportunidade. não apenas no sector da agricultura onde temos terras aráveis abundantes. água, bom clima, um país onde hã inverno para que possam desenvolver a agricultura para o consumo interno, mas também para a exportação", afirmou.
Acrescentou que a gama de investimentos estende-se à agropecuária, às pescas, à indústria, no geral. e ao turismo, que Angola tem um grande potencial turístico adormecido.
Neste capítulo, sublinhou, há a possibilidade de se investir em infra-estruturas, tendo em conta o turismo de praia ao longo da costa vasta, o de interior de reservas e parques naturais que o país possui.
João Lourenço destacou ainda o potencial que representa a zona do grande projecto transnacional Okavango-Zambeze, que abrange várias províncias angolanas, bem como os países vizinhos Zâmbia, Namíbia, Botswana e Zimbabwe.
João Lourenço recebeu homens se negócios
O Presidente da República, João Lourenço, recebeu em audiência, quarta-feira, na cidade do Cairo, dois homens de negócios egípcios, na sequência do encontro com líderes empresariais daquele país.
Segundo uma nota de imprensa, trata-se de Ahmed Esewedy, Presidente & CO da Esewedy Electric, e de Ahmed Mostafa El Assar, Presidente do gigante Arab Contractor.
A Esewedy Electtic, com investimento em Angola no sector de electricidade, há 20 anos, só em Luanda, pretende aumentar os seus negócios em outras partes do país, designadamente na geração, transmissão e distribuição de energia.
A The Arab Contractor já actuou em Angola há mais de 15 anos e pretende voltar ao mercado nacional com nova roupagem. Por esta razão, criou, no ano passado, uma empresa no país para o sector de energia, pretendendo ainda estabelecer parcerias em diferentes áreas.
Presente em 38 países africanos, a companhia trabalha em várias áreas de negócios, com contratos de parcerias com investidores de energia, saúde e infra-estruturas, tratamento, saneamento e dessalinização da água.