Presidente da AN defende direitos e valores da família

Luanda - A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, reafirmou, esta quinta-feira, em Luanda, o compromisso pela defesa dos valores e direitos fundamentais das famílias e o reforço dos mecanismos de protecção da criança, para minimizar os casos de violência sexual, prostituição e exploração infantil.

Ao discursar na abertura do colóquio "A família em desenvolvimento", promovido pela Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira adiantou que a família é o primeiro lugar onde a dignidade humana deve ser cultivada, respeitada e protegida.

Na sua intervenção no colóquio, realizado no âmbito do Dia Internacional da Família, assinalado esta quinta-feira (15), Carolina Cerqueira afirmou que é no seio da família que se aprende o valor do cuidado, da escuta e da protecção.

"Não há política pública eficaz, sem o envolvimento directo da célula familiar, das igrejas, autoridades tradicionais e associações profissionais e da sociedade civil", enfatizou, sublinhando que as campanhas educativas, oficinas parentais e acompanhamento psico-social deve ser parte de um esforço contínuo para reeducar afectivamente os adultos que convivem com crianças.

Salientou que se deve olhar para a família como um espaço que precisa de ser acompanhado, fortalecido e, quando necessário, corrigido com amor e justiça, e não como uma estrutura estática.

"Trata-se de reconstruir a noção do que é ser família. A família não é apenas um grupo de pessoas que compartilha um tecto. As famílias são, ou deveriam ser, a primeira escola de humanidade, onde se aprende o valor do respeito, da empatia e da responsabilidade", realçou.

Defendeu, igualmente, a necessidade de se resgatar o sentido mais profundo da família, como núcleo de formação ética, frisando que não se forma um cidadão digno sem referências claras de dignidade dentro de casa.

O colóquio visou promover uma reflexão profunda sobre o papel fundamental da família na construção de uma sociedade mais justa e coesa, destacando-a como pilar essencial do desenvolvimento social, cultural e económico.

Foram prelectoras no colóquio, entre outras, as deputadas Luísa Damião e Rosa Branca, as juízas Eufrazina Paiva e Pulquéria Van-Dúnem, com moderação da deputada Lourdes Kaposso.

Entre as recomendações saídas do colóquio destacam-se a necessidade de adaptar as políticas públicas integradas e eficazes, dirigidas as famílias, criar mecanismos de articulação entre as diferentes instituições do Estado e da sociedade civil, bem como o agravamento das penas contra os crimes sexuais e fuga à paternidade.

O colóquio reuniu deputados, representantes de órgãos de soberania, membros dos departamentos ministeriais, entidades religiosas, da sociedade civil, juízes jubilados e membros de associações profissionais, entre outros.