Política

Política


PUBLICIDADE

Presidente João Lourenço considera cólera um grande obstáculo ao desenvolvimento

Presidente da República participa em reunião sobre cólera em África
Presidente da República participa em reunião sobre cólera em África Imagens: CIPRA

Redacção

Publicado às 20h03 04/06/2025 - Actualizado às 20h03 04/06/2025

Luanda - O Presidente da República e da União Africana, João Lourenço, considerou, esta quarta-feira, em Luanda, que "a cólera é muito mais do que uma emergência sanitária", representa um grande obstáculo ao desenvolvimento económico, social e humano.

João Lourenço discursava na reunião presidencial de emergência sobre a situação da cólera em África, realizada em formato virtual, organizada pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC-África), por iniciativa do Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, actual campeão da União Africana para a cólera. 

No seu discurso, o estadista angolano apontou a cólera como sendo uma oportunidade ideal para "resolver antigos problemas estruturais, através de soluções inovadoras e sustentáveis, investindo em infra-estruturas adequadas de água, saneamento e saúde pública, não apenas para salvar vidas, mas também para gerar ganhos económicos e financeiros concretos, criando as bases sólidas para sociedades mais saudáveis, resilientes e prósperas".

Enfatizou a necessidade de se investir na produção de fármacos nos países africanos, reiterando que, para assegurar uma resposta robusta e sustentável a esta e futuras crises, é fundamental localizar a produção de medicamentos e vacinas no continente.

"A dependência exclusiva de importações externas limita a nossa capacidade de resposta e compromete a nossa soberania sanitária", sublinhou João Lourenço.

 

O encontro serviu para fazer o ponto de situação do surto de cólera que atinge vários países africanos, com maior incidência no Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e Angola.

Participaram na reunião, entre outras individualidades, os Presidentes Félix Tshisekedi, da RDC, Netumbo Ndaitwah, da Namíbia, John Dramani, do Ghana, e Lazarus Chakwera, do Malawi, que foram unânimes em admitir que o recrudescimento da cólera, como epidemia em África, resulta da falta de investimento, durante décadas, em infra-estruturas de saúde, água, saneamento e higiene. 

Na sua visão, para debater o estado da cólera em África, é imperioso que o continente seja dotado de capacidade para acelerar a produção local de vacinas e suprimentos indispensáveis, por considerarem que este "não é mais o momento de se ficar à espera de ajudas externas".

A reunião presidencial de emergência sobre a situação de cólera em África contou com a participação do director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A reunião de alto nível foi organizada pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, a agência de saúde pública da União Africana, criada para reforçar as instituições de saúde no continente e lidar com ameaças de doenças.

PUBLICIDADE