Téte António considera China um parceiro chave do continente africano


Luanda - O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, disse, esta terça-feira, na cidade de Changsha (China), que o continente africano continua a fazer face a desafios, como a persistência de tensões políticas e insegurança em algumas regiões e os impactos adversos das mudanças climáticas.
Ao discursar na Conferência Ministerial dos Coordenadores para a Implementação dos Resultados do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), Téte Antônio adiantou que a lacuna tecnológica e de competências, que limita a competitividade e a industrialização dos Estados é outro desafio enfrentado por África.
Reconheceu a necessidade de se acelerar o progresso sócio-económico e reafirmou o compromisso do continente com as agendas 2030 das Nações Unidas e 2063 da União Africana, com foco nas áreas da promoção da inter-conectividade, garantia de segurança alimentar, expansão da electrificação, intensificação do comércio, erradicação da fome e desenvolvimento da educação, ciência e indústria.
Sublinhou que a China mantém uma relação histórica, sólida e estratégica com o continente africano, afirmando-se, nas últimas décadas, como um parceiro chave em importantes sectores da economia, como construção civil, indústrias manufacturadora, agricultura e pescas, energia e mineração e infra-estruturas de transportes.
De acordo com o chefe da diplomacia angolana, esta relação de amizade e cooperação criou o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), uma plataforma privilegiada de diálogo e acção conjunta que permite aproximar as partes e promover o desenvolvimento partilhado e consolidar a cooperação Sul-Sul.
A Conferência Ministerial dos Coordenadores para a Implementação dos Resultados do Fórum de Cooperação China-África decorre sob o lema "China-África: Juntos rumo à modernização", reunindo ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores de países africanos e da China, com o objectivo de acompanhar e coordenar a implementação dos compromissos assumidos durante a cimeira realizada em Pequim, em Setembro de 2024.
Téte António chefia a delegação angolana, integrada por Rui Miguêns de Oliveira, ministro da Indústria e Comércio, e Dalva Ringote Allen, embaixadora de Angola na China, assim como altos funcionários.
Na Cimeira do FOCAC realizada em Pequim, em setembro de 2024, a China e os países africanos estabeleceram compromissos significativos para fortalecer a sua parceria estratégica.
Na ocasião, o Presidente da China, Xi Jimping, anunciou um pacote de apoio financeiro e iniciativas de cooperação para os próximos três anos, visando promover a modernização conjunta e o desenvolvimento sustentável no continente africano.
A China comprometeu-se em disponibilizar 360 mil milhões de yuan (50,7 mil milhões de dólares) para apoiar a cooperação com a África, nos próximos três anos, montante que inclui 210 mil milhões de yuan em linhas de crédito, 80 mil milhões em assistência em diversas formas e 70 mil milhões de yuan em investimentos por empresas chinesas no continente africano.
Na mesma Cimeira, as duas partes acordaram implementar dez (10) acções de parceria nas áreas de
aprendizagem mútua entre civilizações, prosperidade comercial, cooperação na cadeia industrial, connectividade, cooperação para o desenvolvimento, saúde, agricultura e bem-estar do povo, intercâmbios entre os povos, desenvolvimento verde e segurança comum.
Tais compromissos reflectem o empenho da China e de África em fortalecer a sua parceria estratégica, promovendo o desenvolvimento sustentável e a modernização conjunta, com benefícios mútuos para ambos os lados, esclarece uma nota de imprensa do Ministério angolano das Relações Exteriores.