Presidente da República solicita reforço do compromisso com a vacinação infantil


Luanda - O Presidente da República e da União Africana, João Lourenço, solicitou, esta quarta-feira, em Bruxelas (Bélgica) o reforço do compromisso global com a imunização vacinal infantil, pelo facto de as vacinas serem uma ferramenta eficaz para salvar vidas e garantir o futuro das próximas gerações.
Ao discursar na Cimeira de Alto Nível da Aliança Global de Vacinas (GAVI), João Lourenço destacou a importância da solidariedade no acesso equitativo às vacinas, sublinhando que se está num momento crítico, em que o mundo deve decidir se está à altura da sua responsabilidade de salvar vidas e proteger o futuro das crianças.
Reiterou que, mesmo em tempos de incerteza, provocado por guerras, crises económicas, pandemias e ameaças sanitárias, as vacinas continuam a ser uma das soluções mais simples e poderosas para proteger e prolongar a vida humana.
Defendeu que a imunização não é apenas uma prioridade de saúde pública, mas uma questão de justiça social, desenvolvimento humano e crescimento económico sustentável, recordando que as vacinas previnem doenças que outrora dizimaram populações e protegem as crianças, desde os seus primeiros dias de vida.
"Uma criança vacinada tem mais chances de crescer saudável, estudar, sonhar e contribuir para o desenvolvimento da sua nação", enfatizou, salientando que “as vacinas representam esperança, direito à saúde, direito à infância e direito ao futuro”.
Sublinhou que as vacinas são ferramentas poderosas de justiça social e de desenvolvimento económico dos países, manifestando-se ciente de que cada criança vacinada é um passo mais rumo a sociedades mais saudáveis, produtivas e prósperas.
"Populações protegidas pelas vacinas são mais resilientes, mais capazes de enfrentar crises sanitárias, mais aptas a contribuir para o progresso colectivo”, adiantou João Lourenço, enfatizando que, como africanos, “estamos unidos na firme convicção de que a imunização é um pilar central das nossas aspirações de desenvolvimento".
De acordo com João Lourenço, nos últimos 25 anos, a GAVI tem sido um parceiro estratégico de confiança e símbolo de solidariedade internacional, especialmente para mais de 25 países africanos de baixo rendimento.
Destacou ainda o esforço da organização para tornar o seu modelo de apoio mais inclusivo, abrangendo também países de rendimento médio com soluções de financiamento inovadoras.
João Lourenço revelou que, entre 2021 e 2025, a GAVI canalizou mais de cinco mil milhões de dólares para África, dos quais mais de 700 milhões foram aplicados apenas em 2023.
No caso de Angola, João Lourenço disse que o impacto tem sido transformador, pois o país beneficiou de vacinas contra a pneumonia e diarreias virais e prepara-se para introduzir a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV) e contra a malária, principal causa de morte no país.
Destacou ainda avanços significativos na resposta a surtos epidémicos, como a Covid-19, sarampo, cólera e poliomielite, bem como o reforço da infra-estrutura de saúde com a instalação de cadeias de frio alimentadas a energia solar, o que permite ampliar a cobertura vacinal em áreas remotas.
O estadista angolano reafirmou o compromisso de Angola e da União Africana com a imunização, como pilar central das aspirações de desenvolvimento do continente, tendo reconhecido que “investir em vacinas é investir no futuro das nossas sociedades”.
A Cimeira da GAVI, co-organizada pela União Europeia e pela Fundação Bill e Melinda Gates, reuniu Chefes de Estado, líderes de organizações internacionais, doadores e representantes da sociedade civil, visando mobilizar financiamento para o próximo ciclo estratégico da Aliança Global de Vacinas 2026-2030, que visa imunizar mais 500 milhões de crianças.