DIAMANTES
Presidente da República informado sobre estratégia de marketing para os diamantes naturais

19/06/2025 12h09
Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, foi informado, esta quarta-feira, sobre a estratégia de marketing e educação consumista para os diamantes naturais dos principais países produtores do continente africano.
Em declarações à imprensa, depois de uma audiência com o estadista angolano, a ministra dos Recursos Minerais e Energia do Botswana, Bogolo Joy Kenewendo, disse que o encontro serviu para informar todo o processo de valorização dos diamantes naturais.
Assistiram a audiência os ministros do sector mineiro do Botswana, República Democrática do Congo, África do Sul, Namíbia e Angola, participantes da mesa-redonda ministerial sobre diamantes naturais, que culminou com a assinatura da “Declaração de Luanda”, definindo a estratégia para revitalizar o preço dos diamantes naturais face aos artificiais.
Bogolo Joy Kenewendo afirmou que a “Declaração de Luanda” estabelece a forma como os países produtores de diamantes em África vão colaborar para o marketing e educação consumista, em relação ao mineral natural, considerando a estratégia importante, porque até agora era levada a cabo apenas pela de Beers, multinacional sul-africana ligada aos diamantes.
Reconheceu ter sido a primeira vez que os países africanos decidiram ter “uma única voz” e “uma abordagem unida”, em torno da redinamização do preço dos diamantes naturais.
“Queremos garantir que a nossa estratégia de marketing seja bem criada e financiada, porque o investimento em marketing deve se relacionar com o que os consumidores percebem sobre o produto e, portanto, se relacionar com os lucros que geramos e o impacto que podemos criar”, enfatizou.
Sobre a “Declaração de Luanda”, sublinhou que visa estabelecer formas de como os países envolvidos podem trabalhar em conjunto, assim como estabelece uma visão comum, com informações precisas, sobre o perfil dos consumidores de modo a gerar mais receitas para o bem-estar das populações.
Por seu lado, o ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, defendeu maior cooperação e alinhamento das estratégias dos países africanos para reanimar o preço global dos diamantes naturais no mercado internacional.
Ao discursar na abertura da mesa-redonda ministerial sobre diamantes naturais, apontou a necessidade de se lançar campanhas globais unificadas que posicionem os diamantes naturais como força activa para o bem, cooperação regional e desenvolvimento equitativo dos recursos minerais.
Sublinhou ser fundamental harmonizar políticas regionais, criando mercados mais justos e promovendo prosperidade partilhada no continente africano, que é responsável por mais de 65 por cento da produção mundial de diamantes em bruto, sendo Angola, Botswana, África do Sul, Namíbia, RDC e Serra Leoa os que se destacam no comércio mundial.
Realçou que, em Angola, os diamantes têm contribuído para a reconstrução nacional, financiando escolas, hospitais, estradas e sistemas de abastecimento de água, com o país a investir na valorização, rastreabilidade, transparência e boa governação.
A mesa-redonda ministerial sobre diamantes naturais, realizada quarta-feira, reuniu ministros responsáveis pelo sector dos Recursos Minerais do Botswana, Namíbia, África do Sul, Serra Leoa, Angola e República Democrática do Congo.
O evento permitiu reflectir em torno dos desafios que a indústria enfrenta actualmente, através de acções em todo sector e reforçar a promoção do valor inerente e do impacto positivo dos diamantes naturais.
Teve também como objectivo inspirar uma nova geração de consumidores globais de diamantes naturais, a fim de ajudar a garantir o seu impacto positivo contínuo nas nações e comunidades produtoras nas próximas décadas.
Angola torna-se membro do Conselho Mundial dos Diamantes Naturais
Angola tornou-se, a partir desta quarta-feira, membro do Conselho Mundial dos Diamantes Naturais, uma organização internacional que se dedica à promoção e protecção do precioso mineral.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, confirmou o facto, no quadro da realização, em Luanda, da mesa-redonda ministerial sob o lema "Diamantes naturais: Desafios e oportunidades", envolvendo os principais países produtores de diamantes em África.
Reconheceu que a integração do país no conselho constitui um passo significativo para a salvaguarda dos diamantes naturais de Angola, tendo em conta a expansão dos diamantes artificiais no mercado mundial.
Revelou que Angola vai estar representada na organização pelas empresas públicas SODIAM e ENDIAMA, que terão a missão de defender os interesses do país no domínio dos diamantes.