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Conselho de Direitos Humanos da ONU adopta relatório de Angola

Delegação angolana que participa na sessão da Comissão dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra
Delegação angolana que participa na sessão da Comissão dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra Imagens: Cedida

Redacção

Publicado às 13h50 02/07/2025

Luanda - O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou, esta terça-feira, o relatório de Angola sobre a situação dos direitos humanos, na sua quinquagésima nona sessão que decorre, de 16 de Junho a 11 do corrente mês, em Genebra (Suíça).

Uma nota de imprensa da Missão Permanente de Angola junto da ONU, em Genebra, indica que o documento foi apreciado durante o quarto ciclo da quadragésima oitava sessão da Revisão Periódica Universal, realizada a 23 de Janeiro deste ano.

Na ocasião, adianta a nota, Angola recebeu 283 recomendações de 110 Estados-membros da ONU, tendo aceite 209 e tomado nota de outras 74.

A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Antónia Cruz Yaba, que chefia a delegação angolana presente na sessão, destacou que as recomendações acolhidas estão alinhadas com o Plano de Desenvolvimento Nacional 2023–2027, e visam reforçar as instituições do Estado e promover os direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos.

Sublinhou que se registaram melhorias no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), tendo Angola passado da posição 150 para 148, de acordo com o mais recente relatório do PNUD.

Entre as recomendações aceites, destaca-se a continuidade da implementação da Estratégia Nacional de Direitos Humanos, aprovada por Decreto Presidencial, bem como a necessidade de ajustar o quadro legal nacional aos princípios de direitos humanos das Nações Unidas e o reforço da cooperação com os mecanismos especiais da organização.

Outros pontos referem-se à administração da justiça, promoção da igualdade e da não discriminação, garantia de trabalho digno e criação de oportunidades de emprego para os jovens.

Antónia Yaba sublinhou que, com a implementação da estratégia nacional, os direitos humanos passaram a ser considerados uma matéria de segurança nacional, o que tem contribuído para o fortalecimento da capacidade interna do Estado na promoção, defesa e protecção dos mesmos.

Referiu ainda a existência de mecanismos nacionais de protecção e assistência a vítimas de tráfico de seres humanos, incluindo procedimentos operacionais para a identificação e encaminhamento de casos, como resposta concreta às recomendações recebidas nesta área.

As recomendações também abordaram o cumprimento das obrigações internacionais, nomeadamente a ratificação e adesão a convenções internacionais, bem como o reforço do acesso à saúde, educação e à protecção de grupos vulneráveis, como crianças, mulheres e pessoas com deficiência, além da promoção do direito ao desenvolvimento sustentável e à protecção ambiental.

Os membros do mecanismo e seguimento de recomendações que avaliaram o relatório de Angola recomendaram a ratificação do Estatuto de Roma e adesão de Angola ao Tribunal Penal Internacional.

Neste contexto, a delegação angolana lembrou que “Angola é signatária do referido Estatuto e da análise feita ao processo, verificaram-se algumas incompatibilidades entre as normas do Estatuto e a Constituição da República de Angola, facto que condiciona a ratificação do mesmo”.

Por outro lado, destacou que Angola é Estado parte da União Africana, assumindo a presidência rotativa da organização continental, este ano, pelo Presidente João Lourenço, e, nesta condição, apoia a posição de África sobre o Tribunal Penal Internacional.

Integram a delegação, os secretários de Estado para Comunicação Social, Nuno Caldas, para as Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça, a representante permanente de Angola junto das Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra, Ana Maria de Oliveira, e técnicos de diferentes ministérios.

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