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Presidente da UNITA desafiado a confirmar declarações recentes

Palácio Presidencial
Palácio Presidencial Imagens: Augusto Santos

Redacção

Publicado às 05h52 09/07/2025

Luanda – Os Órgãos de Apoio ao Presidente da República desmentiram, esta terça-feira, uma informação do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, segundo a qual teria sido contactado por “mandatários” ou “emissários” do Chefe de Estado, João Lourenço, na tentativa de o subornar para que fosse feita uma revisão da Constituição, visando um terceiro mandato.

Um comunicado distribuído à imprensa, esclarece que não corresponde à verdade que o Presidente João Lourenço tenha mandatado qualquer cidadão para abordar o líder da UNITA, com vista à revisão da Constituição para se prever um terceiro mandato.

A reacção dos Órgãos de Apoio do Presidente da República surge na sequência de declarações do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, prestadas, esta segunda-feira, na terceira edição das "Conversas Economia 100 Makas", da estação radiofónica privada MFM, que versou sobre “Que Políticas Económicas Alternativas Para Angola?”.

No seu comunicado, os Órgãos de Apoio do Presidente da República recordam que a Constituição da República de Angola foi revista, em 2021, por iniciativa do Executivo, "numa altura em que o partido maioritário detinha uma maioria qualificada que lhe permitia aprovar a revisão constitucional sozinho e nunca essa questão foi colocada".

Adianta que, caso o Presidente da República tivesse tal pretensão, seguramente, teria apresentado uma proposta concreta junto à Assembleia Nacional, único órgão competente para o efeito.

Tendo em conta a sua gravidade e a necessidade de defesa intransigente do bom nome das instituições democráticas do país, refere o comunicado, o autor das declarações é desafiado a dizer publicamente quem foi o mandatário do Presidente da República que o tentou subornar para se alterar a Constituição, "sob pena de serem accionados os competentes mecanismos constitucionais e legais de responsabilização civil e criminal”.

Sobre a presidência angolana na União Africana, que o Presidente da UNITA insinuou, nas suas declarações, ter sido resultado de um suposto pagamento do Estado angolano, sem indicar o destinatário, o comunicado esclarece que a mesma obedeceu a um sistema de rotatividade regional, em que competiu à região Austral do continente apresentar o seu candidato para liderar a organização continental, no presente mandato.

O comunicado recorda que a candidatura de Angola foi aprovada, por unanimidade, através da decisão 28 da quadragésima terceira sessão ordinária da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), realizada a 17 de Agosto de 2023, realizada em Luanda, tendo, nesse quadro, Angola assumido, em 2024, a primeira vice-presidência da União Africana.

“Insinuar que o nosso país tenha pagado para assumir tão importante e dignificante posição no quadro da União Africana é, não só irresponsável, como anti-patriótico, porquanto mancha a imagem e o bom nome de Angola e descredibiliza a União Africana”, enfatiza o documento.

Adianta o comunicado que "o autor das declarações é publicamente convidado a dizer quem pagou, quanto pagou e a quem se pagou para que Angola assumisse a presidência da União Africana", sublinhando que “só um não patriota não se sente orgulhoso de ver o seu país ocupar um lugar de grande relevância, destaque e prestígio, ao nível do nosso continente”.

“Lamentavelmente, tais afirmações não nos surpreendem se considerarmos o histórico do seu autor. Estaremos todos lembrados, por exemplo, das declarações irresponsáveis, até hoje não provadas, segundo as quais foi construído um túnel que liga o edifício sede da Comissão Nacional Eleitoral ao Palácio Presidencial para facilitar a fraude eleitoral”, recorda o comunicado.

A concluir, o comunicado considera que continua oportuno e a ser exigido ao seu autor que prove a existência do túnel, sendo encorajado que se acompanhe da comunicação social para com ele o percorrer.

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