Angola reitera aumento do financiamento para projectos de água e saneamento


Luanda - Angola reiterou quarta-feira o apelo ao aumento do financiamento concessional e da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (AOD) para projectos de água e saneamento, particularmente para os países africanos, a fim de alcançar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (ODS 6).
A posição foi expressa pelo Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, embaixador Francisco José da Cruz, quando intervinha, em Nova Iorque, na reunião informal da Assembleia Geral da ONU sobre o ODS 6: Água Potável e Saneamento para Todos, no quadro da preparação da Conferência das Nações Unidas sobre a Água de 2026.
O diplomata disse que no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027, o país adoptou metas claras e mensuráveis que permitem a monitorização sistemática do progresso em direcção aos objectivos de longo prazo, com ênfase na protecção ambiental, na gestão sustentável dos recursos hídricos e na melhoria do saneamento básico, especialmente nas zonas rurais e periurbanas.
Sublinhou que o Plano realça a importância dos programas relacionados com água, saneamento e higiene, que representam um compromisso significativo do Governo de Angola para promover a gestão sustentável dos recursos naturais, garantir o acesso universal à água potável no âmbito da iniciativa "Água para Todos", melhorar o saneamento e a qualidade ambiental e reforçar a resiliência do país face aos desafios das alterações climáticas.
Neste contexto, referiu que Angola está a responder às alterações climáticas através de uma abordagem integrada à gestão dos recursos hídricos, com iniciativas como o Canal de Cafu, que consiste num sistema de captação e transferência de água do Rio Cunene para diversas cidades, através de uma conduta de 160 km de extensão.
Este projecto, acrescentou, beneficia 235 mil habitantes e irriga cinco mil hectares de campos agrícolas.
Francisco da Cruz indicou que os esforços do Governo contribuem também para a igualdade de género e o empoderamento dos jovens, através do envolvimento activo das mulheres na gestão da água e da formação dos jovens na manutenção das infra-estruturas hídricas.
Reafirmou o compromisso de Angola com a Agenda 2063 da União Africana, incluindo a implementação do Programa para o Desenvolvimento de Infraestruturas em África (PIDA) e a cooperação na gestão das bacias hidrográficas transfronteiriças, bem como com a Década Internacional de Acção “Água para o Desenvolvimento Sustentável” (2018-2028).
Referindo-se à Agenda 2030, afirmou que “ao entrarmos nos últimos cinco anos da sua implementação, renovemos o nosso compromisso global com um aumento do investimento, da inovação e da vontade política, sustentados pelos princípios do multilateralismo e da solidariedade internacional”.
Ao concluir a sua intervenção, o embaixador salientou que a Conferência das Nações Unidas sobre a Água de 2026, coorganizada pelos Emirados Árabes Unidos e o Senegal, representa uma oportunidade fundamental para mobilizar este espírito e promover um futuro mais seguro e resiliente em termos de água para todos.