Luanda – Os ministros das Relações Exteriores de Angola, Téte António, e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, analisaram, esta quinta-feira, em Lisboa, questões ligadas a mobilidade, com foco na morosidade que se verifica na concessão de vistos, em especial para cidadãos angolanos.

Uma nota de imprensa do Ministério angolano das Relações Exteriores adianta que os dois interlocutores analisaram em particular a morosidade nos casos de angolanos que pretendem deslocar-se a Portugal para frequentar o ensino ou aceder a cuidados de saúde.

Na oportunidade, esclarece a nota, os ministros “analisaram mecanismos programáticos com potencial para facilitar a tramitação dos pedidos de visto, em consonância com os compromissos assumidos, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.

No encontro, foram também analisadas a gestão da diáspora e a crescente sensibilidade política sobre o assunto, assim como examinadas a relevância estratégica do Corredor do Lobito, a importância do investimento na formação técnico-profissional, a abertura do Consulado de Portugal em Benguela e a situação actual da Escola Portuguesa do Lubango, tutelada pelo Ministério da Educação português.

Paulo Rangel sublinhou que Portugal aprecia o papel que Angola tem desempenhado na presidência da União Africana, tendo referido o impacto positivo que a liderança angolana tem causado na arena internacional.

Manifestou ainda interesse no apoio de Angola à candidatura de Portugal para membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no biénio 2027-2028.

No encontro, realizado na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, foram também analisadas outras questões bilaterais, multilaterais e de interesse comum para os dois Estados.

Em relação as questões bilaterais, os dois chefes da diplomacia abordaram aspectos ligados à realização da Conferência EurAfrican Forum 2025, a iniciar-se esta sexta-feira, e que vai contar com a participação do Presidente angolano, João Lourenço, que se encontra em Portugal para uma visita oficial de dois dias.

Durante a estada da delegação presidencial angolana em Portugal, prevê-se a assinatura de 11 instrumentos jurídicos entre os dois países, orientados para o desenvolvimento de parcerias em domínios prioritários.

Angola e Portugal estabeleceram formalmente relações político-diplomáticas, em Março de 1976, após o reconhecimento da independência Nacional angolana, por parte dos portugueses, a 22 de Novembro de 1975.

Os dois países estão ligados por instrumentos jurídicos que abrangem os domínios político-diplomático, económico, técnico-científico, educacional, cultural, defesa, justiça e administração pública.