Luanda - A relação de cooperação estabelecida por Angola com a República da Namíbia e o Reino dos Países Baixos esteve, quinta-feira, em análise, no encontro que o Presidente da República, João Lourenço, manteve com os embaixadores namibiano, Patrick Nandago, e holandês, Tsjeard Roelf Hoekstra.

De acordo com o JA Online, durante as audiências, realizadas em separado, no Palácio da Cidade Alta, em Luanda, os dois diplomatas aproveitaram o momento para transmitir os cumprimentos de despedida ao Chefe de Estado angolano, por estarem, ambos, em fim de mandato.

Em declarações à imprensa, o embaixador do Reino dos Países Baixos, Tsjeard Roelf Hoekstra, em missão no país desde 9 Março de 2022, disse que manteve com o Presidente João Lourenço “uma excelente conversa”, que incidiu sobre todos os objectivos atingidos durante a estadia em Angola.

“Temos um objectivo económico, a diplomacia económica é a nossa tarefa principal, e falamos sobre o trabalho em conjunto com o Ministério dos Transportes ao longo do Corredor do Lobito”, afirmou o diplomata, sublinhando que com Angola o seu país está a desenvolver uma plataforma logística na Caála, província do Huambo, com objectivo de explorar o potencial agrícola da região.

“O nosso sonho, como holandeses, é exportar frutas tropicais do Huambo para o maior porto da Europa, Rotterdam, na Holanda. As relações com Angola são excelentes, melhores do que nunca, e somos parceiros desde muito tempo”, acrescentou.

Tsjeard Roelf Hoekstra referiu, ainda, que o seu país foi um dos primeiros países a reconhecer Angola depois da Independência, realçando que, hoje, são “parceiros fortes economicamente”, mas também “socialmente”, justificando o actual estágio ao “compromisso social forte”.

Fazendo um balanço do seu mandato, o embaixador revelou que é “muito positivo”, admitindo ser com tristeza que anuncia a despedida de Angola, porque “aprendeu muito” durante a estadia no país, sobretudo “o português e um pouco da língua local”.

Num segundo momento, o Presidente João Lourenço recebeu o embaixador da Namíbia, Patrick Nandago. O diplomata, acreditado a 22 de Janeiro de 2019, disse que abordou com o Chefe de Estado questões que têm a ver com os programas e projectos de interesse comum e bilateral para os dois países.

“Sabemos que Angola e Namíbia não são apenas dois países irmãos, mas duas nações com laços comuns. Somos, também, países de movimentos de libertação e temos povos que partilham a cultura comum. E a cultura não conhece limites, porque a cultura vem antes de qualquer outro aspecto que venha a existir”, referiu frisou.

Acrescentou que Angola e a Namíbia têm vários programas e projectos conjuntos, tendo citado, a título de exemplo, a construção do Memorial de Cassinga, no município da Jamba, que visa homenagear os combatentes namibianos tombados devido ao massacre perpetrado pelo regime sul-africano do Apartheid, a 4 de Maio de 1978.

“Este memorial está concluído, aguardando apenas pela data da inauguração por ambos os governos. Temos, portanto, muitos recursos naturais partilhados entre a Namíbia e Angola e um destes recursos é a água”, destacou.

Patrick Nandago disse, ainda, que ambos os países têm programas de gestão conjunta destes recursos, enfatizando o facto de Angola ter concluído a construção do canal hídrico de Cafu, realçando que está previsto expandir este canal para Namíbia, sendo este um dos assuntos que está em carteira.

“Também temos o sector Turístico bastante desenvolvido e, neste sentido, está a ajudar Angola a desenvolver o seu turismo e este é um daqueles projectos que estão em curso”, sublinhou.