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Parcerias das Igrejas com o Estado em abordagem com a Vice-Presidente da República

Audiências com a Vice-Presidente da República
Audiências com a Vice-Presidente da República Imagens: DR

Redacção

Publicado às 12h20 02/08/2025 - Actualizado às 12h20 02/08/2025

Luanda - A parceria das igrejas com o Estado angolano e as responsabilidades que estas assumem na pacificação dos espíritos e manutenção da paz em Angola estiveram em abordagem, sexta-feira, em Luanda, na audiência que a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, concedeu à bispa da Igreja Anglicana de Angola, Filomena Estêvão, e ao vice-representante legal da Igreja Evangélica Pentecostal Maranata, Leôncio Mungue.

Em declarações à imprensa, segundo o JA Online, o vice-representante legal da Igreja Evangélica Pentecostal Maranata disse que a igreja compreende o que se vive em Angola, que é uma situação universal, fruto de algumas crises em que "os espíritos estão num processo de convulsão".

Leôncio Mungue referiu, ainda, que no encontro com a Vice-Presidente da República ficou a mensagem de que o diálogo é o caminho para a resolução de todos os conflitos, e pensa que tanto as forças da sociedade civil como as autoridades que surgem para intervir, quando aquelas se manifestam, precisam de optar pelo diálogo.

"Nós conversamos com a Vice-Presidente da República de que continuamos como igreja a fazer o apelo às autoridades de que acreditamos que o diálogo é o caminho para o sucesso de todas as sociedades", sublinhou.

O representante pentencostal acredita que a conversa que manteve com Esperança da Costa vai servir para o Estado angolano estar mais empenhado em trabalhar para que as situações de crise sejam resolvidas, esperando que se possa continuar a contar com as igrejas para pacificação dos espíritos.

"Ficou aqui, também, o compromisso da Vice-Presidente da República em continuar a trabalhar com as igrejas, com a sociedade, para que tenhamos as situações e as preocupações, principalmente da juventude, resolvidas", disse.

Sobre as manifestações que desencadearam em actos de arruaça e vandalismo, afirmou que acontecem em todas as sociedades democráticas, mas a Igreja reprova os actos que aconteceram nos últimos dias, apelando à juventude que continue a confiar no Estado e nas políticas públicas que estão a ser implementadas para o bem de todos.

 

Por outro lado, o representante da Igreja Evangélica Pentecostal Maranata destacou a necessidade de olhar-se com a devida atenção para algumas reclamações que a juventude ou a sociedade angolana vai apresentando, que é a questão do desemprego, da fome e da pobreza.

"Então, é preciso olharmos para isso. Claramente que existem pessoas que se aproveitam destas situações e provocam tudo aquilo que assistimos, mas entendemos que os principais factores são a fome e o desemprego", apontou.

Preparação dos jovens para uma Angola de paz

Para a bispa da Igreja Anglicana Diocese do Bom Pastor, Filomena Estêvão, o encontro com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, serviu para, entre outros assuntos económicos, financeiros e sociais, abordar a situação que o país atravessa e a necessidade de a Igreja continuar a colaborar para o bem-estar das populações.

"Temos assistido a várias situações a nível da sociedade, dos adultos, adolescentes, jovens, e informamos à nossa Vice-Presidente da República sobre os projectos que a igreja está a implementar em prol destes adolescentes e mulheres jovens", explicou.

Sobre o posicionamento da igreja quanto à situação que ocorreu nos últimos dias durante a greve dos taxistas, referiu que a Igreja é a favor da vida, tendo repudiado os actos criminosos que ocorreram, lamentando o facto de muitas pessoas terem perdido as suas vidas.

Aos jovens, particularmente aos cristãos, a bispa apelou à calma e sublinhou que a Igreja reconhece o seu papel de motor de desenvolvimento do país, pedindo para que não se perca a esperança num amanhã melhor, rogando, porém, para que tenham “paciência”, porque “a brutalidade não leva a nada”, somente à morte de pessoas.

"Temos que nos manter firmes aos nossos valores e preparar bem os nossos filhos, os nossos jovens para uma Angola pacífica, justa, uma Angola de facto com paz e harmonia. Eu diria que, se a Igreja numa Nação não conseguir influenciar o seu meio, devemos questionar a nossa eficácia como Igreja", admitiu.

 

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