Angola defende uma abordagem centrada na conectividade


Luanda - O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz, disse, esta quarta-feira, que o país defende uma abordagem centrada na conectividade, na cooperação Sul-Sul e em investimentos sustentáveis.
Francisco José da Cruz, ao intervir na terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Países em Desenvolvimento sem Litoral, que decorre em Awaza (Turquemenistão), sob o lema “Promover o Progresso através de Parcerias” reafirmou a solidariedade de Angola com tais países e o seu compromisso com a integração regional.
Na sua intervenção, Francisco José da Cruz referiu que o Corredor do Lobito é um exemplo concreto de como a conectividade pode impulsionar a integração económica regional, combinando infra-estruturas ferroviárias, portuárias e rodoviárias, para proporcionar uma ligação eficiente entre o interior do continente e o oceano Atlântico.
Reiterou que Angola mantém o compromisso de promover este e outros corredores, como ferramentas de desenvolvimento partilhado, actuando como um parceiro de confiança e facilitador de soluções logísticas, comerciais e de investimento.
Sublinhou que o país continua a investir na modernização de estradas, caminhos-de-ferro e plataformas logísticas que garantam uma conectividade harmoniosa com a República Democrática do Congo e a Zâmbia.
Reconheceu as restrições específicas enfrentadas pelos países em desenvolvimento sem Litoral, incluindo os elevados custos de transporte, as barreiras não tarifárias, o acesso limitado ao financiamento e a dependência à infra-estruturas controladas por terceiros.
Neste contexto, manifestou o apoio de Angola no estabelecimento de mecanismos continentais para o planeamento e financiamento coordenados de infra-estruturas estratégicas.
Estes investimentos, disse, deverão reforçar a segurança alimentar, coesão territorial, competitividade regional e resiliência climática.
O diplomata angolano afirmou que a Agenda 2063 da União Africana reconhece que o avanço dos países em desenvolvimento sem litoral requer infra-estruturas resilientes, parcerias transformadoras e investimentos e financiamento de longo prazo.
“Neste espírito, Angola, enquanto Presidente da União Africana, acolherá a Cimeira sobre o Financiamento de Infra-estruturas em África, de 28 a 31 de Outubro do corrente ano”, revelou, na ocasião, indica uma nota de imprensa da Missão Permanente de Angola nas Nações Unidas.
Adiantou que a cimeira vai reunir Chefes de Estado, investidores e parceiros multilaterais para acelerar a implementação da Área de Livre Comércio Continental Africana, promover o desenvolvimento de corredores estratégicos e mobilizar capital de África e de outros países.
Enfatizou que, este esforço, alinhado com o Compromisso de Sevilha sobre Financiamento para o Desenvolvimento, procura reduzir o fosso de financiamento de infra-estruturas no continente e garantir que a conectividade de África seja conduzida e financiada de forma adequada.
Francisco José da Cruz aproveitou a ocasião para reafirmar o compromisso de Angola com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e os princípios da Agenda 2063 e saudou o Programa de Acção de Awaza “que representa um engajamento global renovado e reforçado para apoiar o desenvolvimento dos países em desenvolvimento sem litoral”.
A concluir, defendeu a necessidade dos países em desenvolvimento sem litoral terem um acesso justo ao financiamento climático e a transferência de tecnologia, para permitir uma transição energética justa e resiliente e ultrapassar os impedimentos estruturais ao seu desenvolvimento.