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Angola defende uma abordagem centrada na conectividade

Representante permanente de Angola na ONU, Francisco da Cruz, discursa na reunião em Turquemenistão
Representante permanente de Angola na ONU, Francisco da Cruz, discursa na reunião em Turquemenistão Imagens: MIREX

Redacção

Publicado às 06h57 07/08/2025 - Actualizado às 06h59 07/08/2025

Luanda - O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz, disse, esta quarta-feira, que o país defende uma abordagem centrada na conectividade, na cooperação Sul-Sul e em investimentos sustentáveis.

Francisco José da Cruz, ao intervir na terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Países em Desenvolvimento sem Litoral, que decorre em Awaza (Turquemenistão), sob o lema “Promover o Progresso através de Parcerias” reafirmou a solidariedade de Angola com tais países e o seu compromisso com a integração regional.

Na sua intervenção, Francisco José da Cruz referiu que o Corredor do Lobito é um exemplo concreto de como a conectividade pode impulsionar a integração económica regional, combinando infra-estruturas ferroviárias, portuárias e rodoviárias, para proporcionar uma ligação eficiente entre o interior do continente e o oceano Atlântico.

Reiterou que Angola mantém o compromisso de promover este e outros corredores, como ferramentas de desenvolvimento partilhado, actuando como um parceiro de confiança e facilitador de soluções logísticas, comerciais e de investimento.

Sublinhou que o país continua a investir na modernização de estradas, caminhos-de-ferro e plataformas logísticas que garantam uma conectividade harmoniosa com a República Democrática do Congo e a Zâmbia.

Reconheceu as restrições específicas enfrentadas pelos países em desenvolvimento sem Litoral, incluindo os elevados custos de transporte, as barreiras não tarifárias, o acesso limitado ao financiamento e a dependência à infra-estruturas controladas por terceiros.

Neste contexto, manifestou o apoio de Angola no estabelecimento de mecanismos continentais para o planeamento e financiamento coordenados de infra-estruturas estratégicas.

Estes investimentos, disse, deverão reforçar a segurança alimentar, coesão territorial, competitividade regional e resiliência climática.

O diplomata angolano afirmou que a Agenda 2063 da União Africana reconhece que o avanço dos países em desenvolvimento sem litoral requer infra-estruturas resilientes, parcerias transformadoras e investimentos e financiamento de longo prazo.

“Neste espírito, Angola, enquanto Presidente da União Africana, acolherá a Cimeira sobre o Financiamento de Infra-estruturas em África, de 28 a 31 de Outubro do corrente ano”, revelou, na ocasião, indica uma nota de imprensa da Missão Permanente de Angola nas Nações Unidas.

Adiantou que a cimeira vai reunir Chefes de Estado, investidores e parceiros multilaterais para acelerar a implementação da Área de Livre Comércio Continental Africana, promover o desenvolvimento de corredores estratégicos e mobilizar capital de África e de outros países.

Enfatizou que, este esforço, alinhado com o Compromisso de Sevilha sobre Financiamento para o Desenvolvimento, procura reduzir o fosso de financiamento de infra-estruturas no continente e garantir que a conectividade de África seja conduzida e financiada de forma adequada.

Francisco José da Cruz aproveitou a ocasião para reafirmar o compromisso de Angola com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e os princípios da Agenda 2063 e saudou o Programa de Acção de Awaza “que representa um engajamento global renovado e reforçado para apoiar o desenvolvimento dos países em desenvolvimento sem litoral”.

A concluir, defendeu a necessidade dos países em desenvolvimento sem litoral terem um acesso justo ao financiamento climático e a transferência de tecnologia, para permitir uma transição energética justa e resiliente e ultrapassar os impedimentos estruturais ao seu desenvolvimento.

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