Desafios de financiamento para países em desenvolvimento exigem soluções colectivas


Luanda - O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz, afirmou, esta quinta-feira, em Awaza (Turquemenistão), que os desafios de financiamento que os países em desenvolvimento sem litoral enfrentam exigem soluções colectivas, justas e personalizadas para abordar as suas vulnerabilidades estruturais.
Ao discursar na mesa redonda de alto nível sobre “Disponibilização e mobilização de recursos e de parcerias globais reforçadas para o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento sem litoral”, Francisco José da Cruz informou que Angola investiu na mobilização de recursos internos, através da reforma fiscal, digitalização da administração fiscal e combate à fuga de capitais.
Reconheceu que os recursos internos não são suficientes, tendo apelado ao aumento da ajuda pública ao desenvolvimento para os países menos desenvolvidos, os sem litoral, e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, de forma previsível e concessional, alinhada com as prioridades dos seus respectivos programas de acção.
Francisco José da Cruz apresentou o Corredor do Lobito, como um exemplo do potencial transformador das parcerias, por ser uma iniciativa que combina financeiramente público e privado, com o envolvimento dos países vizinhos (República Democrática do Congo e Zâmbia), do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), União Europeia e Estados Unidos da América.
O representante permanente de Angola referiu que o projecto "Corredor do Lobito" está a melhorar a conectividade regional, reduzir os custos logísticos, promover as cadeias de valor e atrair investimento produtivo, demonstrando que parcerias sólidas podem gerar soluções inclusivas e estruturais para promover o desenvolvimento sustentável.
Aproveitou a ocasião para revelar que Angola vai acolher, em Novembro do corrente ano, uma Cimeira sobre Financiamento de Infra-estruturas em África, organizada em parceria com a União Africana e a AUDA-NEPAD.
A iniciativa visa mobilizar capital africano e global para projectos de elevado impacto, bem como apoiar iniciativas de investimentos em infra-estruturas alinhadas com a Agenda 2063 e a Zona de Livre Comércio Continental Africana, esclarece uma nota dos Serviços de Comunicação Institucional e Imprensa da Missão Permanente de Angola junto das Nações Unidas, em Nova Iorque.