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Emirados Árabes Unidos vai injectar na economia angolana 6,5 mil biliões de dólares

Angola e Emirados Árabes Unidos assinaram 44 acordos em várias áreas de cooperação, na presença dos Chefes de Estado
Angola e Emirados Árabes Unidos assinaram 44 acordos em várias áreas de cooperação, na presença dos Chefes de Estado Imagens: Edições Novembro

Redacção

Publicado às 20h51 25/08/2025 - Actualizado às 20h53 25/08/2025

Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, revelou, esta segunda-feira, em Luanda, que os Emirados Árabes Unidos vão injectar capital na ordem dos 6,5 biliões de dólares na economia angolana, em várias área de actividade.

Ao discursar por ocasião da visita de Estado do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, o estadista angolano adiantou que a injecção de capital resulta da assinatura de 44 acordos, que cria um quadro mais abrangente de intercâmbio entre os dois países, nos domínios institucional, comercial, político e cultural.

Adiantou que os acordos terão “um indiscutível impacto na criação de milhares de postos de trabalho”, em que se procurará, essencialmente, absorver pessoal jovem com diferentes níveis de qualificação.

Destacou a relação de amizade e de cooperação de longa data com os Emirados Árabes Unidos, assente nos contactos aos mais variados níveis, sublinhando que a visita do seu homólogo assume “uma irrefutável importância histórica”, com reflexos, de forma muito mais intensa e visível, nas relações de amizade, cooperação e solidariedade entre os dois países.

Recordou que já se regista no mercado angolano uma apreciável de empresas dos Emirados Árabes Unidos, realçando o contributo que prestam na diversificação e desenvolvimento da economia angolana, pelas suas reconhecidas competências e desempenho.

Referiu que os acordos assinados criam um quadro mais abrangente, em áreas-chave como as energias renováveis, logística portuária e aeroportuária, sector mineiro, agricultura e agronegócio.

João Lourenço considerou ainda que os Emirados Árabes Unidos emerge como um dos investidores estrangeiros mais importantes em África, ocupando um lugar de destaque como parceiro para o desenvolvimento, com um volume de engajamento financeiro superior a 100 biliões de dólares, desde 2019.

Enfatizou ser uma das suas preocupações a resolução dos problemas que decorrem da pobreza que ainda afecta segmentos consideráveis da sociedade angolana, destacando que é em busca de respostas urgentes e duradouras para tais questões que se desdobra em contactos com os parceiros de cooperação internacional, no sentido de absorver experiências, conhecimento e recursos.

O Presidente angolano sublinhou a inquestionável importância que as infra-estruturas assumem, no contexto dos esforços de desenvolvimento dos países africanos, dando a conhecer que a União Africana vai realizar, em Outubro próximo, em Luanda, a terceira Cimeira sobre o Financiamento do Desenvolvimento de Infra-estruturas em África.

Para participar na mesma cimeira, João Lourenço convidou os Emirados Árabes Unidos e suas empresas a participarem na cimeira, para tomarem contacto com as múltiplas oportunidades que serão colocadas a discussão, em termos de realização de projectos estruturantes, que necessitam de recursos técnicos, tecnológicos e financeiros dos parceiros.

Sobre a situação no mundo, recordou o mesmo enfrenta uma crise de segurança bastante preocupante, em virtude da multiplicidade de conflitos que se registam em várias zonas do planeta.

Manifestou preocupação pela violência e pelos riscos que encerram os conflitos, que podem vir a escalar para uma conflagração de proporções globais, na Europa, com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e o quase eterno conflito que se desenrola no Médio Oriente.

Relativamente ao Médio Oriente, João Lourenço considerou não ser “admissível que se tolere a violência do genocídio que é praticado na Faixa de Gaza contra o povo palestino, que tendo o legítimo direito a um Estado Independente e Soberano, à luz das pertinentes resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, tendo lamentado a “grande passividade da comunidade internacional”.

Disse ainda que não se pode ficar indiferentes a outras situações que se registam em África, especialmente na região do Sahel, no Leste da RDC e no Sudão, onde se agrava, de forma alarmante, a situação humanitária das populações.

Foram assinados acordos, memorandos de entendimento e protocolos, nas áreas da isenção de vistos em certas categorias de passaportes, cooperação militar, colaboração no domínio da gestão das finanças públicas, alfândegas, agricultura, investimentos no sector mineral, energia verde e renovável, saúde, banca, cultura, educação, desporto, luta contra a corrupção e inteligência artificial, entre outros.

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