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Angola interessada em trabalhar com Fundo da ONU para Paz e Desenvolvimento

Embaixador Francisco da Cruz
Embaixador Francisco da Cruz Imagens: MIREX

Redacção

Publicado às 13h35 12/09/2025

Luanda - O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz, manifestou, esta quarta-feira, em Nova Iorque, o desejo de Angola trabalhar com o Fundo da ONU para  a Paz e o Desenvolvimento nas áreas da juventude, paz e segurança, sistemas alimentares resilientes, adaptação climática e transformação digital inclusiva.

De acordo com Francisco José da Cruz, o Fundo tem demonstrado a sua relevância ao apoiar mais de duas centenas de projectos em mais de cem países, em áreas críticas, que vão da prevenção de conflitos à segurança alimentar, saúde e reforço da capacidade institucional.

Francisco José da Cruz, que falava no acto comemorativo do décimo aniversário do Fundo, que decorreu sob o lema “Uma Década de compromisso e um futuro partilhado: parcerias para paz e desenvolvimento sustentável”, enalteceu a China pelo seu empenho em dotar as Nações Unidas de um instrumento concreto que incorpora os princípios do multilateralismo e da solidariedade internacional.

Referiu que os diversos desafios de paz, segurança e estabilidade em África estão ligados a questões de desenvolvimento, sublinhando a necessidade de se dar a devida importância estratégica à inter-dependência entre a paz, segurança e desenvolvimento, para garantir eficácia aos esforços que visam a prevenção, gestão e resolução de conflitos no continente.

Em relação a Angola, realçou que o país combinou programas para reforçar a paz, estabilidade e o Estado de direito com projectos de investimento para promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo, no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027, ancorado nas agendas 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e 2063 da União Africana.

Apelo ao apoio às operações de paz

O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas apelou, esta terça-feira, ao Conselho de Segurança da ONU a garantir apoio político e financeiro pleno e consistente às operações de manutenção da paz para o cumprimento dos seus mandatos de forma mais eficaz.

Ao intervir na reunião do Conselho de Segurança sobre “O Futuro das operações de paz: principais questões, oportunidades e desafios no contexto da revisão sobre o futuro de todas as formas de operações de paz da ONU", sublinhou que o objectivo é criar condições favoráveis para encontrar soluções duradouras para os conflitos.

Considerou fundamental ter em conta o papel e a vantagem competitiva dos parceiros regionais nas operações de manutenção da paz, para obter uma resposta abrangente e eficaz às ameaças actuais e emergentes à paz e segurança.

Alertou sobre a necessidade de gerir as expectativas das autoridades e dos cidadãos dos países de acolhimento, em relação aos mandatos de manutenção da paz da ONU, e o que as missões podem realmente cumprir no terreno, a fim de evitar crises de legitimidade e saídas antecipadas forçadas.

Observou que as operações de manutenção da paz estão a atravessar momentos desafiantes, mas continuam a ser um instrumento multilateral inestimável que permite a comunidade internacional trabalhar em conjunto para enfrentar desafios de segurança complexos.

Realçou que as mesmas enfrentam desafios sem precedentes, impulsionados pela rápida mudança na natureza dos conflitos contemporâneos, devido a complexa geopolítica global, evolução das ameaças à segurança, como terrorismo e guerra híbrida, proliferação de intervenientes não estatais e mudança de prioridades entre os Estados-membros.

Salientou que o apoio internacional a estas operações está a diminuir, apesar de continuarem a ser uma ferramenta essencial para proteger os civis em situações de conflito e promover activamente estratégias de paz e segurança a longo prazo.

“Como continente que alberga a maioria das operações de manutenção da paz no mundo, África pode e precisa de contribuir para a procura de formas de melhorar a posição da manutenção da paz, como parte útil do conjunto de ferramentas para o avanço da paz e da segurança”, frisou.

Destacando a experiência de Angola como país que beneficiou de quatro missões de paz da ONU autorizadas pelo Conselho de Segurança para alcançar a paz e a reconciliação nacional, salientou que estas devem continuar a evoluir para se adaptarem às novas dinâmicas de conflito e ambientes operacionais, de forma a manterem a sua relevância estratégica.

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