Missões diplomáticas de Angola homenageiam Presidente Agostinho Neto


Luanda - As embaixadas de Angola na Itália e junto da Santa Sé, Rússia, Vietname, Congo e Cuba assinalaram o Dia do Herói Nacional com actos de homenagem ao Fundador da Nação e primeiro Presidente António Agostinho Neto.
Os embaixadores de Angola na Itália e junto da Santa Sé, Josefa Sacko e Carlos Alberto Fonseca, respectivamente, depuseram uma coroa de flores no busto do Herói Nacional, colocado numa das praças de Roma, acompanhados do Presidente do Conselho Municipal de Roma VIII, Samuele Marcucci, que destacou o contributo italiano no acolhimento da causa angolana e na cedência do espaço público para a colocação do busto.
Por seu lado, a embaixadora Josefa Sacko sublinhou o significado da efeméride, realçando que "o Dia do Herói Nacional é lembrado por todos os angolanos", realçando o papel determinante de Agostinho Neto na luta pela libertação do povo angolano, e enalteceu a sua visão política e humanista, que ultrapassou fronteiras e inspirou movimentos de libertação em todo o continente africano.
Recordou Agostinho Neto como humanista, poeta e homem de cultura e com uma visão que abrangia a formação integral do cidadão, o acesso universal à saúde e a promoção da diversificação económica, princípios que continuam a orientar o desenvolvimento nacional.
Na Rússia
Na Rússia, foi depositada uma coroa de flores no busto do poeta e primeiro Presidente de Angola, no átrio da Biblioteca de Literatura Estrangeira, em Moscovo, onde Agostinho Neto aparece como o único africano com honras pela sua produção literária.
Dirigida pelo embaixador de Angola na Rússia, Augusto da Silva Cunha, participaram na homenagem a comunidade angolana e russa, diplomatas e académicos, africanistas, veteranos russos da guerra em Angola e estudantes de diferentes universidades russas, que têm a língua portuguesa como segunda de estudo.
Foram recitados poemas de Agostinho Neto e realizada uma mesa redonda sobre a vida e obra do Fundador da Nação e sobre a Independência de Angola.
Na sua mensagem durante a mesa redonda, Augusto da Silva Cunha destacou os feitos de Agostinho Neto, nas suas dimensões política, cultural e internacional, assim como o seu contributo e apoio solidário na queda do regime do Apartheid da África do Sul, o alcance da independência da Namíbia e do Zimbabwe.
No vietname
A missão diplomática de Angola no Vietname, em colaboração com a Universidade de Hanói, realizou uma exposição fotográfica, exibiu um documentário e promoveu declamação de poemas sobre a vida e obra de António Agostinho Neto.
A exposição fotográfica foi inaugurada pelo embaixador de Angola no Vietname, Fernando Miguel, nas instalações da Faculdade de Língua Portuguesa da Universidade de Hanói na presença do vice-reitor, de representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros e de missões diplomáticas de países representados no Vietname, além de membros da comunidade angolana, docentes e estudantes.
Fernando Miguel destacou o papel proeminente do Presidente Neto, como líder político, escritor e médico, cuja dimensão ultrapassou fronteiras, tornando-se um símbolo da solidariedade entre os povos africanos e uma voz firme do movimento internacional na luta contra o colonialismo, pela liberdade e justiça social.
Salientou que o legado do primeiro Presidente de Angola continua presente no quadro da amizade com todos povos que prezam a liberdade, dignidade humana e confirma o compromisso de Angola na promoção da sua identidade cultural com todos aqueles que defendem a paz.
Apelou os jovens estudantes a preservarem a identidade nacional, alimentar as aspiração do progresso e contribuir para um mundo mais justo e mais humano, com base nos ideais pelos quais Agostinho Neto e Ho Chi Minh se debateram.
No Congo
A cidade de Ponta Negra, no Congo, acolheu, esta quarta-feira, o acto central das comemorações do Dia do Héroi Nacional, presidido pelo embaixador de Angola, Vicente Muanda.
Uma palestra sobre o tema “A vida e obra de António Agostinho Neto”, seguida da deposição de uma coroa de flores no Busto do Presidente António Agostinho Neto, situado no aeroporto local com o mesmo nome, marcaram a homenagem.
Assistiram a actividade, os cônsules gerais de Angola em Ponta Negra e Dolisie, respectivamente Samuel Cunha e João Viegas, assim como a presidente do Conselho Municipal e administradora da cidade Ponta Negra, o arcebispo de Ponta-Negra, entre outros convidados.
Importa igualmente realçar que foram realizadas, nos dias 14 e 16 do corrente mês, palestras sobre a vida e obra de Agostinho Neto, nas cidades de Brazzaville e Dolisie.
Em Cuba
Uma homenagem no parque dos heróis africanos em Havana, onde foi colocada uma coroa de flores no busto de Agostinho Neto, marcou a homenagem de angolanos e cubanos ao Presidente Agostinho Neto.
Na sua mensagem, o embaixador de Angola em Cuba, Carlos Sardinha Dias, destacou a vida e a obra do primeiro Presidente de Angola, tendo sublinhado que Agostinho Neto destacou-se, desde muito cedo, como um patriota comprometido não só com Angola, mas também com a causa do continente africano.
Carlos Sardinha Dias enfatizou que António Agostinho Neto tornou-se uma referência internacional, e, com o seu contributo e apoio solidário, foi possível acabar com o Apartheid na África do Sul e alcançar a independência da Namíbia e do Zimbabwe.
Para o embaixador Sardinha Dias, Neto foi também um importante representante da cultura angolana, destacando-se como um dos seus maiores poetas.
Nascido a 17 de Setembro de 1922, em Ícolo e Bengo, desde muito jovem ingressou na actividade política revolucionária que procurava a independência de Angola do colonialismo português.
Em 1951, enquanto estudava Medicina em Coimbra, Portugal, foi preso pela polícia repressiva do regime ditatorial de Salazar e só libertado sete anos depois, tendo concluído os seus estudos e dirigido a luta de libertação. Morreu em Moscovo, vitima de doença, a 10 de setembro de 1979.