CLIMA

Angola participa na segunda cimeira do clima em África

Ministro das Relações Exteriores, Téte António, representa Presidente da República na Cimeira do Clima em ÁfricaImagem: MIREX

09/09/2025 08h56

Luanda – O ministro das Relações Exteriores, Téte António, representou, esta segunda-feira, em Addis Abeba, o Presidente da República e em exercício da União Africana, João Lourenço, na abertura da segunda Cimeira do Clima em África.

A cimeira, que se realiza até quarta-feira, decorre sob o lema “Aceleração de soluções climáticas globais: financiamento para o desenvolvimento resiliente e verde de África”, reunindo Chefes de Estado e de Governo, parceiros de desenvolvimento, organizações inter-governamentais e da sociedade civil, sector privado, académicos, povos indígenas, entre outros.

Em declarações à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, deu a conhecer que Angola tem investido fortemente na transição energética e colocou as suas soluções a disposição do continente africano.

Téte António recordou que Angola é um dos maiores contribuintes da União Africana na agenda climática, reforçando o seu compromisso com a construção de soluções africanas para o desenvolvimento sustentável.

Destacou que o país dispõe de uma Estratégia Nacional sobre Mudanças Climáticas, que orienta políticas públicas para um crescimento resiliente, com aposta na diversificação da matriz energética, aumento da produção de energias renováveis e gestão sustentável dos recursos naturais.

Entre os programas em curso, ressaltou os investimentos em energia hídrica, solar e eólica, bem como acções de conservação da biodiversidade, combate à desertificação e resiliência agrícola, visando a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e a segurança alimentar.

Sublinhou que os líderes africanos reiteraram na cimeira a necessidade de maior mobilização de financiamento internacional, apontado como um dos principais desafios, e defenderam uma voz unida de África na preparação da próxima Conferência das Partes (COP), a realizar-se no Brasil, em Novembro próximo.

O programa desta segunda cimeira, que reúne mais de 45 chefes de Estado e de Governo, dirigentes internacionais e ambientais africanos, prevê, nos três dias de trabalhos, sessões plenárias de alto nível, painéis técnicos e mesas-redondas para debater soluções baseadas na natureza, inovação tecnológica, energia limpa e infra-estruturas resilientes.

Prevê também o aprofundamento da cooperação, em matéria de adaptação e resiliência climática, com destaque para os sistemas de alerta precoce e as respostas ligadas à saúde pública, assim como uma forte aposta no financiamento climático de soluções lideradas por africanos.

Estão igualmente previstos eventos paralelos, pavilhões temáticos e fóruns da juventude, com vista a dar visibilidade a projectos inovadores nas áreas da energia sustentável, agricultura inteligente, tecnologias verdes e comércio e infra-estruturas climáticas inteligentes.

No encerramento, os líderes vão aprovar a Declaração de Addis Abeba e um Apelo à Acção, que servirão de guia para a posição comum de África nas próximas plataformas globais, incluindo a COP30.´

A Cimeira pretende servir de plataforma para informar, enquadrar e influenciar compromissos, promessas e resultados, assim como apresentar uma visão partilhada de África sobre a acção climática para promover soluções lideradas pelos africanos, indica uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.

Reconhece o potencial de África para as soluções climáticas globais, enfatizando a necessidade de alocação justa e equitativa de recursos e apoio, particularmente para as nações africanas que historicamente têm contribuído menos para as mudanças climáticas, mas são desproporcionalmente afectadas pelos seus impactos.

Discursaram, na cerimónia de abertura, Mahmoud Ali Youssouf, Presidente da Comissão da União Áfricana, Abiy Ahmed Ali, Primeiro-Ministro da Etiópia, assim como William Ruto, Brahim Ghali e Ismail Omar Guelleh, presidentes do Kenya, República Árabe Saharawi e Djibouti, respectivamente, e Mukhtar Babayev, Presidente do COP29.

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