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Executivo engajado em contribuir para o crescimento inclusivo e uma África próspera

Delegação angolana em Roma, Itália
Delegação angolana em Roma, Itália Imagens: Edições Novembro

Redacção

Publicado às 12h16 16/10/2025 - Actualizado às 12h16 16/10/2025

Luanda - O Governo angolano reiterou, quarta-feira, em Roma, Itália, o compromisso com a aspiração n.º 1 da Agenda 2063 da UA para uma África próspera, baseada no crescimento inclusivo e desenvolvimento sustentável.

O posicionamento, segundo o JA Online, foi manifestado pela ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, quando em representação do Chefe de Estado, João Lourenço, discursava no Segmento de Alto Nível “Diálogo sobre Água”.

A governante acrescentou, no quadro dos compromissos assumidos pelo Executivo, a realização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, em particular o ODS-6, que trata da Água Potável e Saneamento.

Ao longo do evento, que decorreu à margem do Fórum Mundial da Alimentação (FAO), a ministra de Estado disse que a “água” representa para Angola mais do que um recurso natural, “é um vector de paz, de coesão social e de desenvolvimento sustentável, pelo que nos últimos anos têm sido realizados no país significativos investimentos em infra-estruturas de água”.

No domínio da resiliência climática, compartilhou alguns desafios “mais intensos” que o país enfrenta, referindo-se às secas prolongadas no Sul, cheias súbitas no Norte e uma marcada variabilidade sazonal.

A título de exemplo sublinhou que no Sul de Angola, particularmente nas províncias do Cunene, Namibe e Cuando, a seca prolongada e recorrente tem afectado, de forma severa, as populações e os ecossistemas, pondo em risco a segurança alimentar.

Face a esta realidade, o Governo tem adoptado um conjunto integrado de medidas estruturantes e de emergência, com foco em três eixos principais, nomeadamente o do reforço das infra-estruturas hídricas estratégicas, da melhoria da gestão da água e da eficiência de uso, e dedicação de acções de adaptação e reforço institucional.

O primeiro eixo destaca a construção de sistemas de transferência de água, como o Canal do Cafu, que permite transportar água do rio Cunene para zonas áridas do Sul de Angola, garantindo o abastecimento a centenas de milhares de pessoas e sustentando a actividade agrícola, para a alimentação das comunidades e do gado, sobretudo o bovino.

Neste ponto, a ministra de Estado indicou também a construção em curso de pequenos açudes, furos e sistemas de armazenamento, de modo a criar reservas hídricas locais e reduzir a dependência exclusiva das chuvas sazonais.

Já o segundo eixo, o da melhoria da gestão da água e da eficiência de uso, Maria do Rosário Bragança disse envolver a implementação em curso de programas de perfuração controlada e monitorizada de aquíferos subterrâneos, de forma sustentável, para garantir o abastecimento contínuo em períodos de seca, bem como a promoção de boas práticas de utilização racional da água, adaptadas às condições semi-áridas do Sul do país, directamente junto das comunidades agrícolas.

O terceiro está centrado na combinação de investimentos em infra-estruturas hídricas rurais com intervenções de conservação e gestão integrada das bacias hidrográficas, e o fortalecimento das capacidades institucionais e locais para a gestão sustentável dos recursos hídricos, com foco na capacitação comunitária, que é um factor-chave para construir uma resiliência climática duradoura.

Maria do Rosário Bragança manifestou total disponibilidade de Angola cooperar activamente na identificação e implementação de soluções inovadoras, inclusivas e resilientes para a gestão da água ao serviço da segurança hídrica, da adaptação climática e do desenvolvimento sustentável.

A governante considerou as tecnologias cruciais para optimizar o uso da água na agricultura, “sector que sabemos ser o maior consumidor deste recurso a nível global”.

Frisou os esforços do Governo angolano na ciência e inovação para introduzir, de modo gradual, soluções inovadoras para uma gestão mais moderna e eficaz dos sistemas de abastecimento, com impacto directo na fiabilidade e sustentabilidade dos serviços prestados à população.

Apontou o diálogo e a cooperação internacional como fundamentais em resposta aos desafios globais por natureza. “ Por isso, agradecemos à FAO e aos parceiros aqui presentes por esta plataforma de partilha e de compromisso global”, afirmou.


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