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Presidente do MPLA considera fim da guerra facto mais relevante em 50 anos de independência

Presidente do MPLA, João Lourenço, discursa na abertura da reunião do comité Central do seu partido
Presidente do MPLA, João Lourenço, discursa na abertura da reunião do comité Central do seu partido Imagens: DR

Redacção

Publicado às 14h45 31/10/2025

Luanda – O Presidente do MPLA, João Lourenço, disse, esta sexta-feira, em Luanda, que, depois da proclamação da Independência Nacional, o facto histórico mais relevante foi “o fim da guerra, o alcance da tão almejada paz com a assinatura dos acordos de 4 de Abril de 2002, o perdão mútuo e, consequentemente, a reconciliação nacional iniciada pelo Arquitecto da Paz, o Presidente José Eduardo dos Santos”.

Ao discursar na abertura de uma sessão do Comité Central do seu partido, João Lourenço destacou ainda a implantação do multipartidarismo, do Estado democrático de direito, da economia de mercado e a realização regular e periódica de eleições gerais como alguns importantes feitos e conquistas alcançadas, nos 50 anos de independência do país.

Reconheceu que, durante os 50 anos, o país atravessou momentos difíceis, mas soube “manter sempre acesa a chama da liberdade, lutar pela manutenção da Independência, da soberania e integridade do nosso território nacional, não obstante todas as investidas dos agressores externos”, sublinhando que o MPLA jogou sempre um papel crucial na luta contra o colonialismo português e foi quem iniciou e encabeçou a luta armada de libertação nacional, a 04 de Fevereiro de 1961.

Recordou que o processo de reconciliação nacional “teve sequência com a exumação e trasladação dos restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi para a sua terra natal, conferindo à família o direito natural e ancestral de dar ao seu ente querido um enterro condigno”.

Destacou o pedido público de perdão feito pelo Presidente da República à Nação e a todos os familiares das vítimas dos diferentes conflitos políticos, ocorridos desde o 11 de Novembro de 1975 até ao alcance da paz, a 04 de Abril de 2002, na sequência do qual se criou a Comissão Interministerial das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), com o lema “perdoar e abraçar”.

João Lourenço disse que tais factos demonstram um verdadeiro comprometimento com a paz e a reconciliação nacional, tendo lamentado que, 23 anos depois do fim do conflito armado e alcançada a paz, alguns cidadãos angolanos prefiram “ter um comportamento de permanente vitimização e auto-exclusão do direito inalienável do exercício e benefício da sua cidadania, que, como angolanos que são, nenhum Estado ou poder político lhes pode retirar”.

Sublinhou que tal comportamento “em nada abona a favor da paz e da reconciliação nacional, revela uma agenda política escondida e de mau agouro para o futuro do país”, convidando “todos a abandonar esta postura, contrária ao sentimento da esmagadora maioria do povo angolano”.

Enfatizou que o seu partido sempre deu a devida importância à necessidade de se preservar a paz conquistada e de se cultivar e praticar a reconciliação nacional em todos os actos da vida, salientando que, para o progresso do país, é preciso o concurso dos partidos políticos, estando no poder ou na oposição, igrejas, empresas, associações profissionais, investigadores, sindicatos e todos os comprometidos com a pátria e a nação angolana.

Saudou todas as iniciativas de pessoas e organizações de boa-fé da sociedade civil, igrejas, entre outros, que concorram para a consolidação da paz e concórdia entre os angolanos e promoção do debate e reflexão sobre os caminhos da reconciliação nacional.

A reunião do Comité Central do MPLA debate o tema “Conteúdo Local nas Indústrias dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás”, assunto que João Lourenço considera de grande interesse, no quadro do empoderamento dos empresários e empresas angolanas que queiram entrar neste mundo exigente e bastante competitivo da economia.

João Lourenço exortou para a necessidade de se olhar para a agenda política do seu partido para o próximo ano, incluindo a realização do congresso ordinário, que vai preparar o MPLA para as eleições gerais de 2027.

Orientou que se deve preparar e organizar convenientemente o congresso da OMA, pela importância que a organização tem para o partido, recordando o contributo da mulher angolana nas conquistas alcançadas nos 50 anos, nos domínios da política, defesa e segurança, governação, economia, ciência, desporto, cultura, entre outros.

Exortou a direcção do seu partido a preparar melhor os deputados do Grupo Parlamentar do MPLA, com informação regular e actualizada sobre os grandes temas nacionais e sobre o que mais impacta na vida do cidadão e os esforços permanentes do Executivo em os superar.

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