Presidente do MPLA considera fim da guerra facto mais relevante em 50 anos de independência
Luanda – O Presidente do MPLA, João Lourenço, disse, esta sexta-feira, em Luanda, que, depois da proclamação da Independência Nacional, o facto histórico mais relevante foi “o fim da guerra, o alcance da tão almejada paz com a assinatura dos acordos de 4 de Abril de 2002, o perdão mútuo e, consequentemente, a reconciliação nacional iniciada pelo Arquitecto da Paz, o Presidente José Eduardo dos Santos”.
Ao discursar na abertura de uma sessão do Comité Central do seu partido, João Lourenço destacou ainda a implantação do multipartidarismo, do Estado democrático de direito, da economia de mercado e a realização regular e periódica de eleições gerais como alguns importantes feitos e conquistas alcançadas, nos 50 anos de independência do país.
Reconheceu que, durante os 50 anos, o país atravessou momentos difíceis, mas soube “manter sempre acesa a chama da liberdade, lutar pela manutenção da Independência, da soberania e integridade do nosso território nacional, não obstante todas as investidas dos agressores externos”, sublinhando que o MPLA jogou sempre um papel crucial na luta contra o colonialismo português e foi quem iniciou e encabeçou a luta armada de libertação nacional, a 04 de Fevereiro de 1961.
Recordou que o processo de reconciliação nacional “teve sequência com a exumação e trasladação dos restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi para a sua terra natal, conferindo à família o direito natural e ancestral de dar ao seu ente querido um enterro condigno”.
Destacou o pedido público de perdão feito pelo Presidente da República à Nação e a todos os familiares das vítimas dos diferentes conflitos políticos, ocorridos desde o 11 de Novembro de 1975 até ao alcance da paz, a 04 de Abril de 2002, na sequência do qual se criou a Comissão Interministerial das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), com o lema “perdoar e abraçar”.
João Lourenço disse que tais factos demonstram um verdadeiro comprometimento com a paz e a reconciliação nacional, tendo lamentado que, 23 anos depois do fim do conflito armado e alcançada a paz, alguns cidadãos angolanos prefiram “ter um comportamento de permanente vitimização e auto-exclusão do direito inalienável do exercício e benefício da sua cidadania, que, como angolanos que são, nenhum Estado ou poder político lhes pode retirar”.
Sublinhou que tal comportamento “em nada abona a favor da paz e da reconciliação nacional, revela uma agenda política escondida e de mau agouro para o futuro do país”, convidando “todos a abandonar esta postura, contrária ao sentimento da esmagadora maioria do povo angolano”.
Enfatizou que o seu partido sempre deu a devida importância à necessidade de se preservar a paz conquistada e de se cultivar e praticar a reconciliação nacional em todos os actos da vida, salientando que, para o progresso do país, é preciso o concurso dos partidos políticos, estando no poder ou na oposição, igrejas, empresas, associações profissionais, investigadores, sindicatos e todos os comprometidos com a pátria e a nação angolana.
Saudou todas as iniciativas de pessoas e organizações de boa-fé da sociedade civil, igrejas, entre outros, que concorram para a consolidação da paz e concórdia entre os angolanos e promoção do debate e reflexão sobre os caminhos da reconciliação nacional.
A reunião do Comité Central do MPLA debate o tema “Conteúdo Local nas Indústrias dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás”, assunto que João Lourenço considera de grande interesse, no quadro do empoderamento dos empresários e empresas angolanas que queiram entrar neste mundo exigente e bastante competitivo da economia.
João Lourenço exortou para a necessidade de se olhar para a agenda política do seu partido para o próximo ano, incluindo a realização do congresso ordinário, que vai preparar o MPLA para as eleições gerais de 2027.
Orientou que se deve preparar e organizar convenientemente o congresso da OMA, pela importância que a organização tem para o partido, recordando o contributo da mulher angolana nas conquistas alcançadas nos 50 anos, nos domínios da política, defesa e segurança, governação, economia, ciência, desporto, cultura, entre outros.
Exortou a direcção do seu partido a preparar melhor os deputados do Grupo Parlamentar do MPLA, com informação regular e actualizada sobre os grandes temas nacionais e sobre o que mais impacta na vida do cidadão e os esforços permanentes do Executivo em os superar.