União Africana reitera busca pelo reconhecimento e reparações justas

Luanda – O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, reafirmou, este domingo, em Argel (Argélia), o compromisso da União Africana com a libertação, justiça e soberania, assim como a sua dedicação à promoção de iniciativas que fortaleçam a unidade e coragem na busca pelo reconhecimento e por reparações justas.

Ao discursar na Conferência Internacional sobre os “Crimes do colonialismo em África: rumo à reparação das injustiças históricas através da criminalização do colonialismo”, na qualidade de presidente do Conselho da União Africana, considerou o evento de suma importância na procura de justiça por parte dos africanos e afrodescendentes, através de reparações.

Disse que a realização da conferência concretiza a implementação de uma decisão adoptada pela Assembleia da União Africana, acolhendo a proposta de Abdelmadjid Tebboune, Presidente da Argélia, de realizar a conferência internacional sobre os crimes de colonização.

Durante a conferência, registaram-se intervenções de Bankole Adeoye, comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana, Eric Phillips, vice-presidente da Comissão de Reparações da CARICOM, e Ahmed Attaf, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Argélia.

A conferência visou identificar mecanismos eficazes, pragmáticos e sustentáveis para o reconhecimento, reparação e justa compensação das vítimas desta injustiça secular.

Uma nota do Ministério das Relações Exteriores esclarece que a conferência foi um momento histórico e um marco decisivo no percurso da União Africana, ao reunir, pela primeira vez, “vozes e esforços para construir uma narrativa partilhada que permita ao continente africano e à sua diáspora articular uma posição coerente no panorama internacional, exigindo acções concretas de reparação e reconhecimento das injustiças do passado”.

Adianta que o encontro reafirmou a importância do reforço da cooperação entre África e as Caraíbas, sob o lema "Construindo pontes Caraíbas-África", transformando as injustiças do passado, incluindo o tráfico transatlântico de escravos e a colonização, em oportunidades de solidariedade, desenvolvimento mútuo e justiça restaurativa.

O evento reuniu ministros das Relações Exteriores e dos Negócios Estrangeiros, especialistas em direito, historiadores, académicos e representantes de organizações continentais e internacionais.