Angola e Egipto realizam Comissão Bilateral e assinam instrumentos de cooperação
Luanda – Os ministros das Relações Exteriores de Angola, Téte António, e dos Negócios Estrangeiros, Emigração e Expatriados Egípcios, Badr Abdelatty, assinaram, esta quinta-feira, em Luanda, quatro novos instrumentos jurídicos de reforço dos laços de cooperação bilateral entre os dois países.
Trata-se do Processo Verbal da primeira Sessão da Comissão Bilateral entre Angola e o Egipto, do Memorando de Entendimento sobre os Serviços Aéreos, da Emenda ao Memorando de Entendimento nos domínios das Comunicações, Tecnologias de Informação e Serviços Postais e do Memorando de Entendimento nas áreas da Saúde e Produtos Farmacêuticos.
Em declarações à imprensa, o chefe da diplomacia angolana reconheceu a importância dos acordos como um passo fundamental no quadro da cooperação bilateral entre os dois países, indica uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
Os dois países formalizaram, a 26 de Março de 1987, em Luanda, um Acordo Geral de Cooperação Económica, Científica e Técnica.
Actualmente, segundo a nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, existe um grande interesse de Angola e do Egipto em alargar a cooperação para as áreas da economia, comércio e indústria, educação, ensino superior e formação técnico-profissional, energia e água, banca e finanças e agricultura e pescas.
Primeira Comissão Bilateral Conjunta
No âmbito do fortalecimento e aprofundamento dos laços de fraternidade, amizade, solidariedade e cooperação, os Governos de Angola e do Egipto realizaram a primeira sessão da Comissão Bilateral Conjunta, em Luanda, República de Angola, nos dias 10 a 11 do corrente mês.
Chefiadas por Téte António, ministro das Relações Exteriores de Angola, e Badr Abdelatty, ministro dos Negócios Estrangeiros, Emigração e Expatriados Egípcios, as partes renovaram o seu compromisso com os princípios do direito internacional e da legalidade, bem como o respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados.
Expressaram a profunda preocupação com os recentes golpes de Estado ocorridos no continente africano, instando todas as partes em conflito a recorrerem ao diálogo como meio para resolução de problemas.
Os chefes das delegações felicitaram-se mutuamente pelas excelentes relações de amizade e solidariedade existentes entre os dois países e elogiaram a cordialidade, fraternidade e respeito mútuo que caracterizam as relações entre os respectivos Chefes de Estado, João Lourenço, de Angola, e Abdel Fattah El Sisi, do Egipto.
O chefe da diplomacia egípcia felicitou Angola pelos 50 anos da sua Independência Nacional, assim como reconheceu o papel e liderança de João Lourenço na presidência em exercício da União Africana e na implementação do tema do ano "Justiça para os africanos e afrodescendentes através de reparações e compensações".
Sublinhou ainda o compromisso de Angola com a promoção da paz, segurança e estabilidade política, priorizando a resolução pacífica de conflitos e a mediação, tendo felicitado a organização bem-sucedida da sétima Cimeira União Africana-União Europeia, realizada em Luanda, em Novembro último.
Os dois ministros se comprometeram em realizar consultas políticas regulares e reiteraram o apoio mútuo a potenciais candidaturas em organizações internacionais.
Fórum empresarial Angola-Egipto
À margem da Comissão Bilateral Conjunta, realizou-se, esta quinta-feira, um Fórum Empresarial Angola-Egipto, com participação dos ministros Téte António e Badr Abdelatty e de representantes governamentais, líderes empresariais e investidores de ambos os países.
O fórum visou promover debates sobre oportunidades concretas de cooperação e criação de um espaço privilegiado para contactos empresariais, na perspectiva de reforçar a importância estratégica do diálogo para ambos os Estados.
Téte António destacou o compromisso de Angola em aprofundar a cooperação económica com o Egipto, sublinhando o ambiente favorável ao investimento e as reformas estruturais em curso no país para dinamizar sectores produtivos e promover a diversificação económica.
Aproveitou a ocasião para explicar que Angola está aberta e comprometida com o investimento privado nacional e estrangeiro, sublinhando que o combate a corrupção e a impunidade e a promoção da concorrência leal são realidades em curso, que visam criar segurança e previsibilidade indispensáveis para quem investe.
O chefe da diplomacia angolana disse que o Estado angolano vê no sector privado um parceiro directo e estratégico para o crescimento e que acredita na simbiose entre a acção pública reguladora e incentivadora e a dinâmica, inovação e eficiência empresarial privada.
Por sua vez, o ministro egípcio, Badr Abdelatty, salientou o interesse crescente das empresas do seu país em investir em Angola, reconhecendo o potencial significativo do mercado angolano e a vontade comum de promover parcerias sustentáveis nos domínios da energia, construção, agricultura, indústria alimentar, saúde, formação técnica e tecnológica, revela a nota do Ministério das Relações Exteriores.