Agravamento do conflito na RDC traz enviado de Félix Tshisekedi a Luanda
Luanda - Na sequência do agravamento da situação militar no Leste da República Democrática do Congo (RDC), um enviado especial do Presidente Félix Tshisekedi esteve, sexta-feira, em Luanda, para solicitar a intervenção diplomática de Angola e do Líder da União Africana, para pressionar o Rwanda a retomar o caminho da paz, após a tomada da localidade estratégica de Uvira.
Floribert Anzuluni Isiloketshi foi recebido pelo Chefe de Estado, João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta, uma semana depois da assinatura do Acordo de Paz, em Washington D.C, Estados Unidos da América, tendo em vista o fim do conflito entre a RDC e o Rwanda.
No final do encontro, o enviado especial do Chefe de Estado da RDC, que foi igualmente portador de uma missiva de Tshisekedi ao Presidente da República e da União Africana, apontou a cessação das hostilidades entre as principais preocupações, num momento em que o Rwanda, como mencionou, continua a criar dificuldades e a provocar desolação ao povo congolês.
Questionado sobre o propósito da visita à capital do país, disse veio pedir o apoio solidário de Angola para pressionar o Presidente Paul Kagame para parar com os ataques e voltar aos acordos de Washington.
“Viemos aqui pedir, de forma solidária, que se faça maior pressão diplomática para o fim do conflito e o sofrimento do povo congolês, que já dura há bastante tempo”, frisou.
Segundo notícia do JA Online, o enviado especial de Antoine Félix Tshisekedi afirmou que o Chefe de Estado angolano foi informado sobre os últimos episódios que reacenderam o conflito vigente entre as partes.
O Rwanda, em conjunto com os seus apoiantes, sublinhou, referindo-se às milícias do M23, lançaram novas incursões com “material muito pesado e sofisticado no nosso território”.
Como consequência dos ataques, houve grandes estragos, perdas de vidas humanas e uma degradação plena daquilo que é a situação humanitária. “Ao tomarem a localidade de Uvira, zona frontal ao Burundi, provocaram danos materiais e grandes perdas humanas”, informou.
Floribert Anzuluni Isiloketshi considerou a ofensiva um “descalabro de guerra” que “o Rwanda, de facto, continua no nosso território com o apoio do M23”.
Questionado sobre o recrudescimento da situação e o seu impacto no recém acordo assinado pelos Presidentes Tshisekedi e Paul Kagame, sob os auspícios dos EUA, e o testemunho do Líder da União Africana, João Lourenço, em Washington DC, confirmou que a nova ofensiva coloca em cheque este instrumento jurídico.
Na sequência, referiu que, apesar de o Rwanda e o M23 optarem pela violência, guerra e a degradação da situação no terreno, a RDC, “por enquanto”, continua engajada na resolução pacífica e diplomática do conflito.
“Mas, infelizmente, o Rwanda tem um caminho diferente. Um caminho da destruição e um caminho de guerra, razão pela qual estamos a solicitar apoio diplomático, para que se coloque pressão sobre o Rwanda, para que pare com essa ofensiva e retome o caminho das negociações em curso”, concluiu.