CIMEIRA

Cimeira avalia em Kampala a crise humanitária na RDC

Ministro Téte Antônio (ao centro) em Kampala, UgandaImagem: DR

22/12/2025 14h42

Luanda - O ministro das Relações Exteriores, Téte António, representou domingo, em Kampala, Uganda, o Chefe de Estado, João Lourenço, na Cimeira Ad Hoc do Mecanismo Regional de Supervisão (ROM) do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação para a República Democrática do Congo e da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos.

 A Cimeira teve como principal objectivo abordar a escalada da situação humanitária e de segurança no Leste da República Democrática do Congo e as suas implicações regionais.

Convocada pelo Presidente ugandês, Yoweri Museveni, na qualidade de presidente do Mecanismo Regional de Supervisão (MRS) do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação, juntamente com a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), o evento juntou representantes das Nações Unidas, da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.

Uma nota do Ministério das Relações Exteriores indica entre os objectivos a promoção da revitalização, consolidação e implementação dos Acordos de Paz de Washington e de Doha em curso, com vista a garantir que sejam tomadas medidas apropriadas para ampliar os seus impactos e promover uma paz duradoura na região.

De recordar que a Cimeira acontece após o incumprimento do recente acordo assinado no início deste mês em Washington, EUA, entre a RDC e o Rwanda, que resultou no agravamento da situação militar no Leste da República Democrática do Congo.

Na sequência do recrudescimento da situação naquele país vizinho, a parte congolesa solicitou a recentemente intervenção diplomática de Angola e do Líder da União Africana, João Lourenço, após a tomada da localidade estratégica de Uvira pelos rebeldes do M23.

Em Luanda, o representante do Governo da RDC apontou a cessação das hostilidades entre as principais preocupações, num momento em que o Rwanda, como mencionou, continua a criar dificuldades e a provocar desolação ao povo congolês.

“Viemos aqui pedir de forma solidária que se faça maior pressão diplomática para o fim do conflito e o sofrimento do povo congolês, que já dura há bastante tempo”, disse.

Como consequência dos ataques, houve grandes estragos, perdas de vidas humanas e uma degradação plena daquilo que é a situação humanitária. “Ao tomarem a localidade de Uvira, zona frontal ao Burundi, os rebeldes do M23 provocaram danos materiais e grandes perdas humanas”, realçou.

Questionado na altura sobre o recrudescimento da situação e o seu impacto no recém acordo assinado pelos Presidentes Tshisekedi e Paul Kagame, sob os auspícios dos EUA, e o testemunho do Líder da União Africana, João Lourenço, em Washington DC, a entidade chegou a confirmar que a nova ofensiva colocava em cheque este instrumento.

Na sequência, referiu que, apesar de o Rwanda e o M23 optarem pela violência, guerra e a degradação da situação no terreno, a RDC, “por enquanto”, continua engajado na resolução pacífica e diplomática do conflito.

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