ELECTRICIDADE

Angola prevê atingir uma capacidade instalada de 8.000 megawatts

Vista da cidade de Luanda - DR
Vista da cidade de LuandaImagem: DR

30/10/2023 13h07

Luanda – Angola prevê atingir, até 2027, uma capacidade instalada de 8.000 megawatts e uma taxa de eletrificação de 50%, o que exigirá um investimento de 17,2 mil milhões de dólares, anunciou na última quinta-feira, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

O objectivo de subida dos actuais 43% de cobertura para os 50%, foi dado a conhecer pelo governante, durante a 7.ª edição da Africa Energy Market Place 2023, promovida pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

O ministro realçou que o continente africano ainda se debate com uma reduzida taxa de eletrificação, e que Angola atingiu, nos últimos anos, um crescimento exponencial da sua capacidade instalada de produção de energia elétrica, passando de 2.356,36 megawatts (MW), em 2015, para cerca de 6.319,43 megawatts atualmente, graças a “importantes investimentos”.

Destacou a recente conclusão do Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, que produz cerca de 2.070 MW, a ampliação do Aproveitamento de Cambambe, a construção da Central do Ciclo Combinado do Soyo, estando a decorrer a construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Caculo Cabaça, para a produção de cerca de 2.172 MW, que vai elevar a capacidade instalada do país, em 2027, para 9.644,09 MW, suplantando os 8.000 MW projectados.

Segundo o ministro, a par dos investimentos no domínio da energia hidroelétrica, Angola iniciou o processo de reestruturação da sua matriz energética, tendo concluído, recentemente, as Centrais Fotovoltaicas do Biópio com cerca de 188 MWdc (MWfotovoltaico) e de Baía Farta, com cerca de 96 MWdc, que contribuem com cerca de 3,8%, no âmbito do Sistema Eléctrico Público.

Apesar dos investimentos, considerou que “os desafios ainda são imensos, face à necessidade de se garantir a expansão da rede de transporte de energia, para o sul e leste do país”.

“Pretendemos, no final de 2027, alcançar uma taxa de acesso de 50%, considerando uma população de 33 milhões de pessoas, o que pressupõe realizar cerca de 1.700.000 novas ligações domiciliares”, adiantou, apontando como estratégias para se alcançar a meta a expansão da rede eléctrica, o aumento da eficiência e sustentabilidade do sector e a aposta nas energias renováveis e participação dos privados.

Outro dos desafios, apontou João Baptista Borges, prende-se com o acesso ao crédito em condições concessionais, que permita ao país suportar o peso da dívida com a construção de novas infraestruturas.

“Aqui, o papel das instituições de crédito multilaterais, como o BAD e o Banco Mundial, é de relevante importância”, disse.

O governante angolano enfatizou a participação do BAD em projectos relevantes em Angola, como é o caso do financiamento para constituição da linha de transporte de energia eléctrica que vai interligar as províncias do Huambo, centro, e da Huíla, sul, assim eliminando o consumo de combustível utilizado para produção de energia nas cidades do Lubango e do Namibe.

De acordo com o ministro, o BAD está a apoiar o Governo na definição dos modelos de mini redes, prevendo-se a sua implantação em localidades a identificar no planalto central de Angola.

O Governo pretende igualmente promover a construção de um sistema de transporte de energia eléctrica que ligue à vizinha República da Zâmbia e integre o Sistema Elétrico Nacional, integrado no sistema da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), estando em equacionamento o modelo de financiamento.


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