Luanda - A ministra Sílvia Lutucuta, na qualidade de presidente do Comité Ministerial da Saúde da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), procedeu quarta-feira, em Luanda, ao lançamento oficial da campanha “Zero malária começa comigo”, um projecto que deverá ocorrer em todos os países membros.

Em declarações à imprensa, a governante angolana disse o objectivo é promover uma acção colectiva, no sentido dos membros da comunidade assumirem a responsabilidade individual de combater a doença.

A campanha, a decorrer sob o lema "Sistemas de saúde e comunidades resilientes são fundamentais para a eliminação da malária”, contou com a presença dos ministros da saúde e dos responsáveis pelo combate ao VIH/Sida da SADC, membros do executivo angolano e da sociedade civil.

A abertura da campanha marcou igualmente a comemoração do Dia da Malária da SADC, assinalado quarta-feira. No acto, Sílvia Lutucuta frisou que o combate à malária é uma emergência regional, pois, a doença perpetua a pobreza e a desigualdade, enfraquecendo o crescimento económico dos países.

Deste modo, fez um apelo aos estados membros da SADC e a sociedade em geral a envidar esforços para que se atinjam os êxitos preconizados. "Cada um desempenha um papel crucial na construção de uma comunidade mais saudável para a eliminação desta doença que é evitável, tratável e curável”, sublinhou.

Indicou que a região da SADC continua a enfrentar dificuldades quanto ao financiamento para atingir as metas de eliminação da malária, sendo necessário, pelo menos, 1,5 mil milhões de dólares nos próximos três anos, para implementar plenamente as estratégias de combate à malária e alcançar a eliminação completa da doença.

A alta transmissão da doença, referiu, associada à mobilidade transfronteiriça, os limitados acesso e disponibilidade de serviços de saúde ao alcance das comunidades, os recursos inadequados, a resistência aos insecticidas e a ameaça das alterações climáticas, continuam a representar enormes desafios para a eliminação da patologia.

As estimativas actuais, afirmou, apontam que até 2030 cerca de 147 a 171 milhões de pessoas estarão em risco de contrair malária em África. Com base no Relatório Mundial da Malária da OMS em 2022, o impacto da Covid-19 aumentou ainda mais o risco, tendo sido registadas 63.000 mortes por malária.