Berlim - A terra bateu em Junho último, pelo décimo terceiro mês consecutivo, um novo recorde mensal de calor, indicou o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S), componente de monitorização do clima do programa espacial europeu.

Junho foi globalmente mais quente do que qualquer Junho anterior de que há registo, com uma temperatura média do ar à superfície de 16,66 graus Celsius, ou seja, 0,67 graus acima da média do período de 1991 a 2020 para o mês em referência e 0,14°C acima do anterior máximo estabelecido em Junho de 2023.

"Junho marca o décimo terceiro mês consecutivo de temperaturas globais recorde e o décimo segundo mês consecutivo a exceder 1,5 graus acima dos tempos pré-industriais", disse o director do C3S, Carlo Buontempo.

"Isto vai além de uma raridade estatística e evidencia uma mudança relevante e contínua no nosso clima", adiantou.

Embora invulgar, uma série semelhante de recordes mensais da temperatura global ocorreu em 2015/2016.

Por outro lado, Junho último foi 1,5° graus mais quente do que a média de Junho estimada para o período de referência pré-industrial 1850-1900.

Assim, a temperatura média global dos últimos 13 meses foi a mais elevada desde que há registo, situando-se 0,76 graus acima da média de 1991-2020 e 1,64 graus acima da média pré-industrial de 1850-1900.

Na Europa, este Junho foi o segundo mais quente de que há registo, com 1,57 graus acima da média do período entre 1991 e 2020.

Noutras áreas geográficas, as temperaturas mais elevadas acima da média registaram-se no México, no Brasil, no Oeste dos Estados Unidos, no Leste do Canadá, no Norte da Sibéria, no Médio Oriente, no Norte de África e no Oeste da Antártida.

Em contrapartida, as temperaturas no Pacífico equatorial oriental foram inferiores à média, um sinal de que o fenómeno meteorológico "La Niña" está a desenvolver-se.