Registadas mais de 40 mil intrusões de barcos junto às plataformas petrolíferas
Luanda - A Marinha de Guerra Angolana (MGA) registou, desde 2022, mais de 40 mil intrusões de barcos de pescas junto às plataformas petrolíferas, revelou, quarta-feira, em Luanda, o comandante Valentim António.
Segundo o Jornal de Angola, o facto foi dado a conhecer num encontro que juntou representantes da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, Governo Provincial de Luanda (GPL), associação pesqueiras.
Valentim António disse que o objectivo do encontro foi analisar as reiteradas intrusões de embarcações pesqueiras nos perímetros de segurança petrolíferas.
Além das invasões de embarcações em zonas restritas de segurança das plataformas, o comandante da Marinha de Guerra afirmou que "o que se pretende é afastar os meios que frequentemente actuam junto da base naval, que está a beneficiar de obras de requalificação".
Sublinhou que existe um elevado número de barcos que invadem os blocos petrolíferos e interrompem as actividades de exploração, bem como os trabalhos sísmicos de pesquisa em curso.
O comandante da Marinha de Guerra sugere às associações pesqueiras e outros operadores um trabalho em comum com o Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, GPL e outras instituições afins com vista a se encontrar soluções relativamente às zonas a operarem.
Por seu lado, o director para infra-Estruturas e Serviços Técnicos do Governo Provincial de Luanda (ISTGPL), Calunga Quissanga, referiu, na ocasião, que o processo não é recente, mas assegurou que os operadores da pesca artesanal poderão continuar a exercer os actividades normais, numa zona ainda não indicada pelo GPL, por questões de segurança.
Para o secretário para Pescas Artesanal da Associação de Pesca Artesanal, Semi-industrial e Industrial de Luanda (APASIL), Cândido Silva, houve níveis preocupantes à margem das normas, por parte dos operadores, sublinhando que actualmente observa-se uma redução significativa, resultante dos trabalhos realizados com a Marinha de Guerra Angolana e de sensibilização aos associados.
Reconheceu o perigo de trabalhar naquele perímetro, adiantando haver um espaço indicado pelo GPL, na comuna do Sarico, província do Bengo, que se encontra em condições impróprias para o exercício da actividade. Em face disso, sugeriu, para a zona indicada, a implementação de um porto pesqueiro para a pesca artesanal.