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CEAST exorta Governo a priorizar redução do custo de cesta básica

Dom Belmiro Chissengueti
Dom Belmiro Chissengueti Imagens: DR

Redacção

Publicado às 11h11 01/10/2024 - Actualizado às 11h11 01/10/2024

Luanda - A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) concluiu, esta segunda-feira, que o país continua marcado negativamente pela pobreza, fome e sub-desenvolvimento.

No final da segunda Assembleia Ordinária Anual da CEAST, que decorreu de 24 a 28 de setembro, na Casa de Espiritualidade Mamã Muxima, em Luanda, o porta-voz e bispo de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, exortou o Governo a priorizar políticas para reduzir o custo da cesta básica.

Um despacho da VOA indica que Belmiro Chissengueti enfatizou que “a carga fiscal, como está, é insustentável para as famílias e para as empresas. O Governo precisa de agir agora antes que as consequências sejam irreversíveis”.

O porta-voz da CEAST apontou ainda os impostos elevados como os principais responsáveis pela falência de inúmeras empresas nacionais, "o que pode levar à perigosa perda da independência económica do país, com efeitos nefastos para a sociedade".

No seu apelo, os bispos reforçaram que a luta contra a fome deve ser prioridade absoluta.

“Nenhuma nação pode sobreviver com a barriga vazia”, reiterou o porta-voz, dando eco à constatação dos líderes católicos de que a situação social é precária e em permanente degradação.

A CEAST manifestou também a sua profunda preocupação pela exclusão de milhares de crianças do sistema de ensino.

“Não podemos construir uma sociedade sólida, sem garantir educação para as nossas crianças”, frisou o bispo, sublinhando que a violência infantil e o consumo de drogas continuam a aumentar, uma situação que classificam como “vergonhosa”.

Dom Belmiro Chissengueti acrescentou que a linguagem político-partidária ainda "está muito longe de incluir, reconciliar, pacificar, unir, alegrar, animar e de reacender a esperança".

No entendimento dos bispos, continua-se a "agir na base da intriga, da falsidade, do ódio, da calúnia, da indiferença, da discriminação, da bajulação, do calculismo, do egoísmo, da divisão e do descompromisso com o bem comum e, sobretudo, contra o bem dos mais desfavorecidos".

Os bispos manifestaram ainda a sua preocupação pela bipolarização política da população angolana e alertou para a iminente perda da independência económica do país.

A assembleia reconduziu a direcção da CEAST para mais um triénio (2024-2027), liderada pelo arcebispo José Manuel Imbamba.

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