Lançada campanha de vacinação contra cólera nas províncias mais afectadas


Luanda - A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou que a campanha de vacinação contra a cólera, nas zonas de maior risco, nas províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo, inicia esta segunda-feira.
Em conferência de imprensa sobre a situação da cólera em Angola, realizada domingo último, Silvia Lutucuta revelou que o país regista um total cumulativo de mil 710 casos e 59 óbito, em oito províncias, designadamente Luanda, Bengo, Icolo e Bengo, Huambo, Malanje, Zaire, Huila e Cuanza Norte.
Deu a conhecer que, face ao estudo realizado e a exiguidade do stock de vacinas contra a cólera no mundo, a campanha vai ser implementada nesta fase apenas nos grandes epicentros da epidemia.
Adiantou que o país recebeu, a 20 de Janeiro último, 948 mil 466 doses da vacina, tendo sido seleccionadas as populações a imunizar, de acordo com critérios epidemiológicos.
A vacina a ser utilizada nesta campanha faz parte do stock mundial de reserva da Organização Mundial da Saúde (OMS) para resposta a surtos epidémicos de cólera, revelou a ministra, referindo que existem no mundo apenas oito milhões de doses e para Angola foi disponibilizado menos de um milhão.
Silvia Lutucuta sublinhou que a campanha vai envolver seis mil 104 pessoas, entre vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores e pessoal local para garantir que a mesma seja eficaz, acrescentando que serão também vacinados os membros dos Órgãos de Defesa e Segurança que apoiam as equipas.
Referiu que a vacina para o combate a cólera é de administração oral, comercialmente designada por Euvichol e foi pré-qualificada pela OMS, em 2015. A mesma é também fornecida em frascos para ser administrada a indivíduos com idade igual ou superior a um ano, por via oral em dose única.
A ministra deu a conhecer que a vacina permite garantir a protecção da comunidade afectada e interromper a transmissão da doença com uma eficácia de até 80 por cento.
sílvia Lutucuta alertou que a vacinação contra a cólera não substitui as medidas de prevenção, como higiene individual, saneamento básico, comunicação de risco, distribuição e tratamento da água de consumo.
Assegurou que a vacinação dos epicentros do surto vai permitir proteger todos, porque impede que a doença se espalhe para outras áreas do país, tendo apelado a que as populações das áreas afectadas se dirijam aos centros de vacinação e cooperem com as equipas, assim como promovam a campanha junto das comunidades.
Para o combate ao actual surto de cólera, o Ministério da Saúde traçou sete pilares de contingência, que são a gestão de casos, acesso à água potável, segurança e higiene dos alimentos, saneamento e higiene ambiental, vigilância epidemiológica activa, comunicação de risco, engajamento comunitário e vacinação.
Dados das últimas 24 horas
A cólera afecta mil 710 pessoas, sem registo de novo óbitos, revela o balanço diário do Ministério da Saúde.
De acordo o Centro de Processamento de Dados do Sistema Vigilância Epidemiológica, publicado domingo, desde o início do surto, ocorreram 59 óbitos, nas províncias de Luanda (37), Bengo (15) e Icolo e Bengo (07).
Nas últimas 24 horas, ocorreram mais 126 casos, notificados nas províncias de Luanda, com 36 (municípios do Cacuaco, Mulenvos, Hoji Ya Henda, Ingombota, e Talatona), Bengo, com 71 (Dande, Barra do Dande, Panguila e Nambuangongo), Icolo e Bengo, com 17 (Sequele, Cabiri e Catete), Zaire (Tomboco) e Malanje (Malanje).
Os grupos etários mais afectados são dos 02 aos 05 anos de idade, com 272 casos e 10 óbitos, e dos 10 aos 14 anos, com 222 casos e 04 mortos.
Até ao momento, está reportado um total cumulativo de mil 710 casos, em oito províncias do país, designadamente Luanda (mil e seis casos), Icolo e Bengo (267), Bengo (422), Malanje (04), Huambo (04), Huíla (02), Cuanza Norte (01) e Zaire (04), com idades entre os 02 e 100 anos, sendo 892 (52 por cento) do sexo feminino e 818 (48 por cento) do masculino.