Cólera provocou mais seis óbitos


Luanda – A cólera em Angola provocou mais seis óbitos e, nas últimas 24 horas, foram registados 178 novos casos da doença, revela o balanço diário do Centro de Processamento de Dados do Sistema Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
De acordo o comunicado, publicado segunda-feira, desde o início do surto, estão registados 65 óbitos, sendo 38 na província de Luanda (municípios do Cacuaco, Mulenvos, Sambizanga, Cazenga, Belas, Hoji Ya Henda, Kilamba Kiaxi, Samba e Viana), 10 no Bengo (Panguial, Barra do Dande, Nambuangongo, Quibaxi e Úcua) e 08 em Icolo e Bengo (Sequele e Catete).
Os 178 novos casos foram notificados nas províncias de Luanda, com 56 (municípios do Cacuaco, Mulenvos, Maianga, Hoji Ya Henda, Ingombota, Samba, Belas, Kilamba Kiaxi, Cazenga e Sambizanga), Bengo, com 108 (Dande, Barra do Dande, Panguila, Úcua e Nambuangongo), Icolo e Bengo, com 13 (Sequele, Cabiri e Catete), e Huambo (Londuimbali).
Já os seis óbitos registados ocorreram nas províncias do Bengo (04), Luanda (01) e Icolo e Bengo (01), estando actualmente internados 245 pacientes.
Os grupos etários mais afectados são dos 02 aos 05 anos de idade, com 294 casos e 10 óbitos, e dos 10 aos 14 anos, com 250 casos e 05 mortos.
Até ao momento, está reportado um total cumulativo de mil 888 casos, em oito províncias do país, designadamente Luanda (mil 62 casos), Icolo e Bengo (280), Bengo (530), Malanje (04), Huambo (05), Huíla (02), Cuanza Norte (01) e Zaire (04), com idades entre os 02 e 100 anos, sendo 994 (53 por cento) do sexo feminino e 894 (47 por cento) do masculino.
Recorde-se que, esta segunda-feira, iniciou a campanha de de vacinação contra a cólera, nas zonas de maior risco, nas províncias de Luanda, Bengo e Icolo e Bengo, estando disponíveis 948 mil 466 doses da vacina, que o país recebeu, a 20 de Janeiro último.
A ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, sublinhou, no lançamento da campanha, que a mesma vai envolver seis mil 104 pessoas, entre vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores e pessoal local, contemplando igualmente os membros dos Órgãos de Defesa e Segurança que apoiam as equipas.
Sílvia Lutucuta alertou que a vacinação contra a cólera não substitui as medidas de prevenção, como higiene individual, saneamento básico, comunicação de risco, distribuição e tratamento da água de consumo.
Para o combate ao actual surto de cólera, o Ministério da Saúde traçou sete pilares de contingência, que são a gestão de casos, acesso à água potável, segurança e higiene dos alimentos, saneamento e higiene ambiental, vigilância epidemiológica activa, comunicação de risco, engajamento comunitário e vacinação.
Recorde-se que o país sofreu um surto de cólera, em 2011, resultando em dois mil 284 casos e 181 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre 2016 e 2017 voltou a surgir cólera, nas províncias de Cabinda, Luanda e Zaire, com um total de 252 casos e 11 mortes.