Luanda – O mercado da Mabunda está temporariamente encerrado, desde sexta-feira última, por risco de contaminação e com vista a prevenir a expansão da cólera, indica um comunicado do Governo Provincial de Luanda.

De acordo com a nota do Governo de Luanda, o encerramento do mercado, localizado no município da Samba, ocorreu depois de uma visita de constatação da Comissão Nacional de Luta contra a Cólera, que  avaliou as condições higiénicas, sanitárias e ambientais, tendo constatado que o local apresenta alto risco de transmissão da doença.

Segundo o documento, o Governo Provincial de Luanda viu-se obrigado a encerrar temporariamente o mercado, como medida emergencial de contenção e prevenção do surto, estando a Comissão Nacional de Luta contra a Cólera e a Associação de Pescas Artesanal Semi-Industrial de Luanda a trabalharem na criação de condições que permitam a segurança sanitária para pescadores, consumidores, pescado e embarcações.

Em alternativa, indica o Governo de Luanda, os armadores passam a efectuar o embarque e desembarque de pescado no município de Belas, nos mercados das praias do Benfica, do Destaque (depois do Museu Nacional da Escravatura), do Ramiros, Miradouro da Lua, Barra do Kwanza (foz do rio) e nos quilómetros 26 e 32.

Estão igualmente indicados a Salga, a Casa Lisboa (Ilha do Cabo), a Baía Mar e Henri-Mar, no município da Ingombota, assim como no Mussulo (Buraco).

Angola regista, desde Janeiro último, um surto de cólera que já provocou 202 óbitos, num total cumulativo de 5.652 casos confirmados, em 13 províncias, até este sábado.

Os 202 óbitos ocorreram em seis províncias do país, e, de acordo com o Centro de Processamento de Dados do Sistema Vigilância Epidemiológica, foram registados, nas últimas 24 horas, mais 78 casos e 01 óbito.

No seu comunicado, esclarece que os 78 novos casos notificados ocorreram nas províncias de Luanda, com 54, Bengo, com 10, Icolo e Bengo, com 10, Malanje, com 03, e Huambo, com 01.

O único óbito registou-se em Viana, província de Luanda, tendo recebido alta 51 pacientes e estão internados outros 127.

Desde o início do surto, ocorreram 202 óbitos, nas províncias de Luanda (103), Bengo (74), Icolo e Bengo (19), Malanje (03), Cuanza Sul (02) e Cabinda (01).

Os grupos etários mais afectados são dos 02 aos 05 anos de idade, com 881 casos e 36 óbitos, e dos 10 aos 14 anos, com 728 casos e 15 mortos.

Até ao momento, está reportado um total cumulativo de 5.652 casos, em 13 províncias do país, designadamente Luanda (2.897 casos), Icolo e Bengo (631), Bengo (1.989), Cuanza Sul (29), Malanje (64), Huambo (10), Huíla (07), Cabinda (06), Uige (10), Cuanza Norte (02), Zaire (06), Cunene (01) e Cubango (01), com idades entre os 02 e 100 anos, dos quais 3.187 (56 por cento) do sexo masculino e 2.465 (44 por cento) do feminino.

Recorde-se que o país sofreu um surto de cólera, em 2011, resultando em dois mil 284 casos e 181 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entre 2016 e 2017 voltou a surgir cólera, nas províncias de Cabinda, Luanda e Zaire, com um total de 252 casos e 11 mortes.