Luanda - A formação e capacitação dos quadros no sector da Saúde, constituem uma das principais prioridades do Executivo e, nesta senda, não têm sido poupados esforços para a mobilização de recursos financeiros, a fim de se admitir pessoal e formação especializada, visando uma melhor prestação de serviços à população.

Segundo o JA Online, com o objectivo de reforçar a disponibilidade e aprimorar a gestão dos recursos humanos para a saúde em todos os níveis, o Ministério da Saúde (MINSA) lançou o Projecto de Formação de Recursos Humanos para a Cobertura Universal da Saúde em Angola, também, denominado como “Plano ambicioso”.

Considerado como um investimento estratégico, que não só beneficiará directamente os profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de diagnostico, o programa terá um impacto positivo e directo em toda a educação e, consequentemente, na melhoria dos cuidados de toda a população.

O projecto com um financiamento de 220 milhões de dólares, suportados pelo Banco Mundial (BM), está a ser implementado em três componentes fundamentais para a tão almejada Cobertura Universal da saúde no país.

A primeira prende-se com “governança de políticas, currículos e sistemas de informação em recursos humanos”, onde estão alocados 7,5 por cento do financiamento, enquanto a segunda diz respeito à “formação e reforço das capacidades dos recursos humanos”, com 87,5 por cento do valor financiado.

A terceira e última componente, tem que ver com a “gestão, acompanhamento e avaliação do projecto”, com 5 por cento do investimento global.

Centrados nesta premissa, desde 2018, foram admitidos nos últimos concursos públicos do sector, 41,093 novos profissionais em todas as carreiras, o que permitiu um incremento de 40,5 por cento, do total da força de trabalho no sector.

Foi iniciado, igualmente, o Programa de Especialização a todos os níveis e carreiras, estando neste momento em formação, em todo o território nacional, um total de 3.202 internos de especialidade de Medicina Geral e Familiar, teve inicio a formação pós-média e a especialização em Enfermagem, Gestão em Saúde para reforçar o amplo programa de formação.

Com a abertura deste plano “emergencial” prevê-se, até 2028, especializar e capacitar 38 mil profissionais, dos quais 3.000 médicos, 4.000 profissionais de apoio hospitalar, igual número para profissionais do regime geral. Enquanto que enfermeiros, técnicos de enfermagem, diagnostico e terapêutica serão especializados e capacitados 9.000 cada.

Destes 38 mil profissionais são suportadas cerca de 142 especialidades, sendo 112 em regime especial, nomeadamente 67 especialidades médicas, 30 especialidades em enfermagem, 15 na área de técnico de diagnóstico e terapêutica, bem como 30 espacialidades na carteira de regime geral, visando o reforço do Programa de Formação Especializada.

De 2018 a 2024, no sector da Saúde, o Executivo investiu fortemente no enquadramento, formação e especialização de quadros. Sendo que, nos anos de 2018, 2019 e 2022 o Ministério da Saúde realizou os dois maiores concursos públicos da história do sector, que contou com um total de 46,604 novos profissionais de Carreira Especial e Regime Geral. Este número permitiu um incremento de 43,6 por cento do total da força de trabalho do sector.

No universo destes 46 mil novos profissionais, 3.838 são médicos, 27,276 enfermeiros, 10,283 diagnósticos e terapêutica, 3,792 apoio hospitalar e 1,470 técnicos do Regime Geral.

Actualmente, vários profissionais estão em formação. Umut tal de 3.202 médicos frequenta 39 especialidades e 598 especializam-se em Medicina Geral e Familiar. Ainda, 1549 enfermeiros e técnicos de diagnostico estudam as especialidades de Anestesia e Reanimação, Cuidados Intensivos, Nefrologia, Oftalmologia, Parteira, Puericultura, Pediatria e Ortoprotesia.

O referido projecto tem como objectivo principal melhorar a qualidade e gestão dos recursos humanos para a Saúde (RHS) em Angola, assim como apoiar o desenvolvimento de normas padronizadas e políticas para possibilitar o necessário fortalecimento dos RHS, estabelecer instituições e rede de centros de treinamento pós-graduado a nível nacional e provincial.

De acordo com a fonte, por ocasião do Dia Mundial da Saúde, a titular da Saúde em Angola, que hoje se celebra, reconheceu que o país tem registado “ganhos visíveis” que vêm se reflectindo, positivamente, na vida das populações.

Sílvia Lutucuta apontou como um dos grandes exemplos destes ganhos, a reabertura dos serviços de Genecologia e Puerpério Patológico, em Luanda, com apetrechamentos modernizados, fruto de trabalhos de reabilitação da Maternidade Lucrécia Paím, levado a cabo pelo Ministério da Saúde, que vai permitir um atendimento mais digno e humanizado aos seus utentes.

A ministra ressaltou, também, o crescimento no sector em termos de recursos humanos, destacando os maiores concursos públicos da história da Saúde “de todos os tempos”, em que foram admitidos mais de 46 mil profissionais e mais de 38 mil profissionais serão especializados até ao ano 2028.

Indicou que este processo, já em curso, permitiu o ingresso de 4 mil enfermeiros e igual número de médicos, que estão a fazer especialização em várias áreas, “um feito jamais visto dentro do sector Público”.

Salientou, igualmente, a construção de várias infra-estruturas, nos vários níveis de atenção, em quase todas as províncias do país, a melhoria na capacidade de gestão e o processo contínuo de formação, bem como a evolução na gestão da logística, entre outros ganhos.

Sílvia Lutucuta destacou, também, a aposta do Executivo, particularmente do Ministério da Saúde, nas novas tecnologias colocada à disposição dos cidadãos, para tratarem dos seus problemas.

“Temos a plena consciência de que ainda temos vários desafios, mas o caminho faz-se caminhando e, acho que estamos a caminhar bem, sob a liderança de sua Excelência Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço”, enfatizou.