Cientistas da National Geographic pesquisam novas espécies em Angola


Luanda - Um grupo de investigadores nacionais e estrangeiros da National Geographic trabalham na recolha de amostras de novas espécies de animais e plantas para futura preservação e exploração turística, no âmbito do projecto transfronteiriço Okavango-Zambeze (KAZA).
O representante da National Geographic nas províncias do Cuando e do Cubango, João Sebastião, explicou ao Jornal de Angola que a expedição científica vai servir para rever e completar os dados já recolhidos, desde 2015, no desenvolvimento do projecto do estudo da biodiversidade dos rios Cubango, Cuito e Cuando, das nascentes às suas confluências.
O projecto, revelou, resulta de um acordo de cooperação entre a National Geographic e os ministérios do Turismo e do Ambiente, para protecção dos recursos naturais existentes ao longo dos referidos rios.
A actual expedição, esclareceu, começou no princípio de Março último, abrangendo os rios localizados nas províncias do Huambo, Cubango e Cuando.
Os investigadores estão actualmente a navegar o rio Cubango, desde a nascente, na localidade de Chicala Tcholoanga, na província do Huambo, até ao município do Caiundo, na província do Cubango, num percurso de cerca de 750 quilómetros.
Nos próximos dias, adiantou, os investigadores iniciam os trabalhos na localidade de Catuitui, município do Cuangar (província do Cubango), navegando do rio Cubango, passando pelo Cuando, até ao rio Cuito, com objectivo de rever e completar todos os dados recolhidos nas expedições passadas sobre os ecossistemas aquáticos.
João Sebastião acrescentou que a expedição deve terminar em Julho próximo, aquando da realização do terceiro campeonato internacional de pesca desportiva, no município do Dirico, província do Cuando.
A equipa de cientistas vai prosseguir os trabalhos em território namibiano, até ao deserto do Delta de Okavango, no Botswana, onde termina o rio Cubango que nasce na província do Huambo, deu a conhecer.
Para o representante da National Geographic em Angola, pelo trabalho já efectuado e com base nos resultados de algumas amostras enviadas ao laboratório da África do Sul, o país vais ser, no final da investigação, considerado como uma das maiores áreas de conservação da biodiversidade do continente africano.
"Os rios Cuito e Cubango representam a segunda maior área de conservação da biodiversidade aquática do continente africano", assegurou João Sebastião, realçando que, com os resultados da actual expedição vai ser possível mostrar ao país e ao mundo a vasta biodiversidade da fauna e flora angolana, existente nas províncias do Cubango e Cuando.
A primeira expedição da National Geographic no país, realizada em 2015, com duração de dois meses, permitiu identificar centenas de novas espécies aquáticas que habitam os rios Cuito e Cubango, recordou.
Até ao momento, disse, os 45 membros da equipa de expedição do projecto já identificaram 376 novas plantas, sete novas espécies de peixes, 50 novas de répteis e igual número de aves.