PATRIMóNIO CULTURAL

RNA na salvaguarda do património linguístico e musical

Edifício da RNA classificado Património Cultural Nacional - Cedida
Edifício da RNA classificado Património Cultural NacionalImagem: Cedida

18/04/2025 14h47

Luanda - O ministro da Cultura, Filipe Zau, reconheceu, esta quinta-feira, em Luanda, o papel assegurado pela Rádio Nacional de Angola (RNA) na difusão dos factos políticos, económicos e culturais, dentro e fora do país, com a coabitação entre a língua portuguesa e as línguas maternas africanas.

Filipe Zau, que falava na cerimónia de descerramento da placa de classificação do edifício sede da RNA como Património Cultural Nacional, recordou que, nos seus estúdios CT1, foram feitas as primeiras gravações da música popular angolana de intervenção política, com recursos limitados, interpretadas por Santocas, Belita Palma, Mirol, Santos Júnior, Kisangela e outros nomes importantes.

Sublinhou que a RNA "é pioneira no registo direccionado para a canção infantil, além de jogar um papel preponderante na promoção da diversidade cultural do país”.

O descerramento da placa enquadrou-se nas celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, assinalado esta quinta-feira.

Filipe Zau sublinhou que a RNA possui um rico acervo da memória musical de diferentes fases do país, trabalho realizado por profissionais como Álvaro da Fonseca, Artur Arriscado, Fernando Neves, Artur Neves, Ferreira Marques, Henrique Santos, Sérgio de Carvalho, Ondino Airosa, João Canedo e Sebastião Coelho, entre outros, tendo defendido que a cultura angolana deve agradecer o seu contributo.

Por seu lado, o presidente do Conselho de Administração da RNA, Pedro Neto, considerou que a classificação a Património Cultural Nacional do edifício, no contexto das celebrações dos 50 anos da Independência nacional, representa um compromisso com a memória, cultura e o direito à informação e à identidade.

Pedro Neto sublinhou não se estar "apenas a classificar um edifício, mas a honrar um legado, a preservar uma memória e a afirmar uma identidade", sendo justa a homenagem, adiantou, porque o edifício é testemunha silenciosa de capítulos decisivos da história de Angola.

Recordou que "aqui se fez ouvir a voz do grito da Independência. Aqui ecoaram as palavras de resistência, de união, reconstrução e esperança. Aqui, Angola falou consigo mesma, reconheceu-se e fortaleceu-se”, enfatizando que "preservar a sede da RNA é reconhecer o papel da comunicação social como instrumento de soberania, de cidadania e de coesão nacional".

O presidente do Conselho de Administração revelou que foi decidido reactivar o estúdio CT1, a fim de ser colocado novamente ao serviço dos músicos, por ser ainda o maior estúdio de gravação musical do país.

No espaço, onde foram forjadas várias vozes da música infantil, Pedro Neto anunciou, para Junho próximo, a realização de um festival nacional de música infantil, retomando “aquilo que já havia no passado. Os miúdos vão voltar a ter aqui um espaço para a criação".

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