Angola reforça capacidade de resposta a emergências de saúde


Luanda - Angola está a dar um passo decisivo rumo à protecção da saúde da sua população, sendo que esta semana, o Grupo Técnico Nacional concluiu a definição das principais actividades da proposta nacional ao Fundo Pandémico.
A proposta é uma iniciativa global que visa fortalecer a capacidade de resposta a surtos e emergências de saúde em países com baixos e médios rendimentos.
De acordo com um comunicado da OMS, citado pelo Jornal de Angola, com 500 milhões de dólares disponíveis nesta terceira convocatória, Angola posiciona-se estrategicamente para captar recursos que transformarão o sistema nacional de saúde pública, com foco na prevenção, detecção precoce e resposta eficaz a emergências sanitárias.
Segundo o representante da OMS em Angola, Indrajit Hazarika, “Angola tem uma excelente oportunidade de obter financiamento nesta onda, reforçando de forma significativa a sua capacidade de resposta a emergências de saúde.”
A proposta angolana está alinhada aos princípios de “Uma Só Saúde”, equidade e inclusão de género, respondendo às lacunas identificadas na Avaliação Externa Conjunta (JEE) de 2025.
O plano concentra-se em três áreas prioritárias, nomeadamente sistemas de alerta precoce e vigilância de doenças, capacidades laboratoriais humanas e animais e o fortalecimento dos recursos humanos e das comunidades, tanto em contextos rurais como urbanos.
No domínio da vigilância e alerta precoce, Angola aposta no reforço da capacidade comunitária e institucional, através da formação de agentes comunitários e equipas de resposta rápida, da implementação de sistemas digitais de informação em saúde e da criação de mecanismos de vigilância baseados em eventos, com foco em doenças humanas e zoonóticas de potencial epidémico.
No que se refere à componente laboratorial, a proposta prevê o reforço das capacidades de diagnóstico e vigilância, incluindo a formação de técnicos, o fortalecimento da vigilância da resistência antimicrobiana, o desenvolvimento de programas de controlo de qualidade e o reequipamento de laboratórios regionais, bem como o intercâmbio de experiências com laboratórios de países vizinhos.
Em relação ao reforço dos recursos humanos para a saúde pública e ao envolvimento comunitário, estão planeadas iniciativas para expandir a formação em saúde pública e emergências, disponibilizar cursos gratuitos numa plataforma digital de aprendizagem, mobilizar novos agentes comunitários para melhorar a comunicação em situações de risco para a saúde e actualizar o Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos, alinhando-o às prioridades de resposta a emergências.
A proposta de Angola para o Fundo Pandémico, que será finalizada na próxima semana em coordenação com os Ministérios da Saúde, das Finanças, da Agricultura e do Ambiente, conta com o apoio técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), do Banco Mundial, da Population Services International (PSI), bem como de parceiros internacionais, da sociedade civil e das universidades públicas e privadas de Angola.
Com esta proposta, Angola reafirma o seu compromisso com a construção de um sistema de saúde resiliente, inclusivo e preparado para proteger todas as vidas, hoje e no futuro.