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Ministra do Ambiente destaca adopção de políticas para reduzir poluição plástica dos oceanos

Ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, na Conferência da ONU sobre os Oceanos
Ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, na Conferência da ONU sobre os Oceanos Imagens: Cedida

Redacção

Publicado às 11h51 11/06/2025

Luanda – A ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, anunciou que o Governo angolano aprovou, em Decreto Presidencial, o Plano de Acção Nacional de Eliminação Progressiva de Plásticos de Utilização Única (2025-2027), no quadro da adopção de políticas específicas para reduzir a poluição plástica nos oceanos.

Ao discursar, esta terça-feira, em Paris (França), na terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em representação do Presidente da República, João Lourenço, reafirmou o compromisso firme do país com a preservação dos oceanos e o desenvolvimento sustentável da economia azul.

Ana Paula de Carvalho sublinhou os progressos realizados por Angola, destacando a Estratégia Nacional para o Mar 2030, aprovada em 2022, que "define objectivos claros para o aproveitamento sustentável do seu domínio marítimo".

Referiu que a estratégia é complementada pelo Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo, implementado a partir de 2023, demonstrando uma abordagem holística que reconhece o papel vital dos oceanos na economia nacional.

Anunciou o fortalecimento da capacidade institucional do país, referindo a inauguração do Centro Nacional de Coordenação e Vigilância Marítima para reforçar a fiscalização da zona marítima.

Enfatizou que o seu país está a desenvolver iniciativas pioneiras de conservação, como o processo de criação da primeira área de conservação marinha e a reserva da biosfera, que vai abranger parte do oceano Atlântico.

Salientou a importância da cooperação internacional, recordando que os esforços nacionais, em articulação com os regionais e globais, permitirão aos Estados alcançar o equilíbrio necessário para o uso sustentável dos recursos dos oceanos.

Reiterou o compromisso de Angola com o Tratado do Alto Mar, que o país assinou, em Janeiro de 2025, tendo sublinhado que este instrumento internacional "estabelece um quadro legal vinculativo para a protecção da biodiversidade marinha em áreas fora das jurisdições nacionais", sendo um avanço fundamental para a conservação oceânica global.

Ao reconhecer que Angola se coloca entre os países que lideram pelo exemplo na implementação de instrumentos jurídicos internacionais para a protecção dos oceanos, recordou que o seu país tem uma ligação estreita com o oceano Atlântico, pelo facto de ter mil 650 quilómetros de costa, com um papel vital na economia nacional.

A delegação angolana ao evento tem participado em eventos técnicos e ministeriais, entre os quais se destaca a terceira reunião plenária, o debate geral, e no painel “Ocean Action”, dedicado ao tema "Mobilizar financiamento para a acção oceânica em apoio ao ODS 14", que abordou questões críticas para a implementação efectiva das políticas oceânicas para a conservação e restauração de habitats críticos, incluindo mangais, recifes de coral e zonas húmidas.

Ana Paula de Carvalho participou igualmentena reunião informal sobre o Comité de Negociação Inter-governamental sobre Poluição Plástica, visando desenvolver um instrumento juridicamente vinculativo sobre poluição plástica, incluindo no ambiente marinho.

A delegação angolana, que integra representantes dos ministérios do Ambiente, das Pescas e Recursos Marinhos, dos Transportes e dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, vai participar, até sexta-feira (13), em várias reuniões a importância estratégica das pescas para a economia nacional, segurança alimentar, transporte marítimo sustentável e resiliência costeira.

A terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos está a abordar também a transição para economias azuis inclusivas e sustentáveis, exigindo políticas integradas que promovam inovação, emprego digno e adaptação climática, as interligações entre oceano, clima e biodiversidade, cooperação internacional.

A conferência vai adoptar a Declaração Política de Nice, que deverá estabelecer compromissos concretos para a próxima década na implementação do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 14.

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