Luanda – O projecto de Estudo e Conservação das Tartarugas Marinhas em Angola, denominado “Kitabanga”, encaminhou, entre 2024 e 2025, cerca de 300 mil exemplares ao mar.

De acordo com o director executivo da Fundação Kissama, Vladimir Russo, que falava à imprensa, no workshop de apresentação dos resultados do projecto “Kitabanga”, na temporada 2024/2025 trabalharam em cerca de 104 quilómetros, ao longo de toda a costa do país, na devolução das tartarugas ao mar.

"Em todas as províncias costeiras, excepto Cabinda, temos 18 bases instaladas para o patrulhamento e recolha de tartarugas que estão em áreas afectadas e deixar nas maternidades até estarem prontas para serem encaminhadas para o mar", explicou.

Adiantou que o projecto tem dois estaleiros, onde se trabalha com a comunidade local das áreas costeiras, maioritariamente mulheres dedicadas a produção de materiais de artesanato, cuidado de tartarugas e reciclagem de objectos.

Disse que outras cerca de 100 pessoas trabalham no projecto, das quais 77 recrutadas das comunidades, além da participação de estudantes universitários que disponibilizam as suas teses de final de curso sobre o projecto.

Lamentou a extinção da espécie tartaruga “Kitabanga” e a pressão da pesca artesanal, que afecta as mesmas, devido as redes e a caça, mesmo junto das praias, quando as tartarugas acostam, sobretudo as fêmeas, cujos ovos os caçadores recolhem.

Vladimir Russo pediu a colaboração do Ministério do Ambiente a desenvolver trabalhos de educação ambiental com os pescadores, para que possam entender qual é a importância da protecção das tartarugas.

Solicitou ainda que o Executivo trabalhe com o projecto Kitabanga, no sentido de se criar áreas marinhas protegidas para salvaguardar as tartarugas.

Revelou que no mundo dos mares existem sete espécies de tartarugas e, em Angola, apenas cinco, nomeadamente Pente, Oliva, Couro, Verde e Kitabanga.

Durante o workshop foi assinado um protocolo entre a Fundação Kissama e UNESCO para o programa de educação ambiental junto da rede de escolas associado a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O “Kitabanga” é um projecto de estudo e conservação das tartarugas marinhas que tem parceria com a Faculdade de Ciências Naturais, da Universidade Agostinho Neto, criando há 22 anos, tendo já encaminhado cerca de cinco milhões de tartarugas para o mar