BOLSAS
Memorando de entendimento prevê 100 bolsas de estudo para jovens angolanos

24/07/2025 09h46
Luanda - Um total de 100 jovens angolanos vai beneficiar de bolsas de estudo para formação online no sector do turismo, no âmbito de um memorando de entendimento assinado, quarta-feira, em Luanda, entre o Ministério do Turismo e a Organização das Nações Unidas para o Turismo (ONU Turismo).
O documento, segundo o JA Online, foi assinado pelo ministro do Turismo, Márcio Daniel, e o secretário-geral da ONU Turismo, Zurab Pololikashvili, durante a abertura oficial da 2.ª Conferência da ONU Turismo e da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) sobre Turismo e Transportes Aéreos em África, que decorre, deste terça-feira até hoje, na capital do país.
O instrumentos de cooperação no domínio da formação e desenvolvimento turístico vai reforçar as competências técnicas e promoção de uma nova geração de profissionais qualificados.
O memorando é considerado, também, como um gesto estratégico para o fortalecimento institucional, a diversificação económica e o desenvolvimento inclusivo do país, consolidando o turismo como motor sustentável de crescimento e transformação social.
Ligações directas e baixas tarifas aceleram crescimento
As ligações aéreas directas entre os países africanos e a diminuição das tarifas e baixo custo de viagens foram apontadas como políticas a serem implementadas para atracção do turismo doméstico a nível continental.
As propostas foram apresentadas, quarta-feira, em Luanda, numa mesa- redonda sobre o alinhamento de políticas para que o turismo sirva como catalisador e impulsionador da economia e desenvolvimento em África, na 2.ª Conferência Ministerial da ONU Turismo e a Organização Internacional de Aviação Civil(ICAO), que encerra hoje em Luanda.
A sessão, de alto nível, teve como prelectores o ministro do Turismo de Angola, Márcio Daniel, dos Transportes, Ricardo d’Abreu, ministra do Turismo e Assuntos Culturais da Serra-Leoa, Nabeela Tunis, ministro do Turismo e dos Transportes de Cabo Verde, José Nogueira, e a presidente do Conselho Executivo da empresa gestora dos Aeroportos da África do Sul (Airports Company South Africa), Mpumi M’pofu.
Os governantes africanos defenderam a criação de um ambiente de negócios favorável e sólido, bem como a questão da segurança a nível dos transportes aéreos.
“Uma das coisas que prejudica o desenvolvimento do transporte aéreo em África é a segurança. O sistema de aviação civil tem que cumprir as normas internacionais para que as companhias aéreas de todo o mundo possam utilizar os nossos aeroportos com segurança”, afirmou o ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde.
José Nogueira reiterou a necessidade de se criar um sistema comercial de aliança entre os países africanos e as companhias aéreas que estão a nível sub-regional ou da região, à semelhança do que existe na Europa e outras partes do mundo, para melhorar tráfego intercontinental.
Apontou a competitividade e falsa concorrência que existe entre as companhias aéreas como elo negativo para o desenvolvimento continental.
“É necessário aumentar a frequência, a integração da conectividade aérea com vários continentes e criar hub em África para integrar o continente no mundo. Só assim teremos transporte aéreo seguro, sólido e um turismo sustentável e robusto”, defendeu.
A ministra do Turismo e Assuntos Culturais da Serra-Leoa, Nabeela Tunis, apelou aos governantes africanos à implementação dos recursos turísticos nos planos de desenvolvimento nacional dos seus países.
“Precisamos começar a falar sobre turismo, sobre a perspectiva de vivência, porque uma vez que isso seja entendido em relação a quanto isso contribui para a economia, outros sectores poderão perceber o quanto eles podem ganhar”, disse.
Para Nabeela Tunis, é preciso adoptar uma estratégia para injectar o dinheiro ou financiamento que se quer em África.
“Precisamos nos unir como um continente. Cada país em África tem algo a fazer e ver como podemos tomar decisões baseadas nos dados que temos disponíves para projectar e obter o dinheiro que precisamos”, afirmou.
JPor seu lado, a presidente do Conselho Executivo da empresa gestora dos Aeroportos da África do Sul (Airports Company South Africa), Mpumi M’pofu, apontou a formação de profissionais dos sectores e guias turísticos como forma de promover e vender os destinos em África.
Para o ministro dos Transportes, Ricardo d’Abreu, a promoção das infra-estruturas e destinos turísticos no continente ainda é “tímida” e apontou a cooperação como crucial para ultrapassar esse desafio.
“Nós ainda estamos muito tímidos em mostrar o que temos no nosso continente, e em particular em Angola”, indicou.
Reiterou que o Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto vai contribuir para a conectividade em geral em África.
O objectivo, justificou o governante, é posicionar Angola no hub internacional do Turismo, Comércio e Económico através da construção de novos aeroportos e reformas nas tarifas aéreas.
“Se nós temos o potencial para o turismo em Angola, tenho a certeza de que nós vamos crescer mais rápido do que a média do continente e a nível global”, sublinhou.